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Nove líderes da UE defendem criação de 'coronabonds'

Esta é uma reivindicação tradicional dos países do sul da Europa desde a crise da dívida que se seguiu à crise financeira de 2008

Correio Braziliense
postado em 25/03/2020 11:29
Esta é uma reivindicação tradicional dos países do sul da Europa desde a crise da dívida que se seguiu à crise financeira de 2008Bruxelas, Bélgica - Os líderes de nove países europeus, incluindo França, Itália e Espanha, pediram em uma carta um mecanismo que permita emitir dívida conjunta entre os Estados-membros para enfrentar o impacto negativo do novo coronavírus, conhecido como "coronabonds".

"Precisamos trabalhar em um instrumento de dívida comum emitida por uma instituição europeia para obter fundos no mercado na mesma base e para o benefício de todos", diz a carta enviada ao presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

A carta, consultada pela AFP, chega às vésperas de uma cúpula europeia remota para abordar a resposta ao impacto humano e negativo do novo coronavírus, que já matou mais de 12.000 pessoas na Europa e ameaça arrastá-la para a recessão. 

Embora sem nomeá-los explicitamente, os presidentes da França, Itália, Espanha, Irlanda, Luxemburgo, Bélgica, Portugal, Grécia e Eslovênia advogam pela criação desses "coronabonds", uma ideia que nações como Alemanha e Holanda já rejeitaram.

Esta é uma reivindicação tradicional dos países do sul da Europa desde a crise da dívida que se seguiu à crise financeira de 2008, que se traduziu em altos níveis de desemprego, dívida e déficits públicos.

Mas os países do Norte, que consideram os do Sul mais frouxos em termos de disciplina fiscal, se recusam a falar em coronabonds, um "falso debate sobre motivos ideológicos", nas palavras do ministro das Finanças alemão, Peter Altmaier. 

O presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, garantiu no dia anterior, após um debate dos 27 ministros das Finanças europeus, que "nenhuma solução foi descartada" para conter o impacto econômico da pandemia.

O comissário europeu para a Economia, Paolo Gentiloni, especificou que os coronabonds estão "na mesa" de discussões. "Mas é aí que vão ficar", ironizou um diplomata europeu.

Para limitar o impacto do coronavírus, os países europeus multiplicaram seus gastos públicos para apoiar empresas, sistemas de saúde e indivíduos, de modo que a Comissão Europeia relaxou suas regras sobre auxílio estatal e disciplina fiscal.

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