Correio Braziliense
postado em 27/03/2020 08:45
Pequim, China - O presidente chinês, Xi Jinping, afirmou nesta sexta-feira durante uma conversa telefônica com o colega americano Donald Trump que os dois países, apesar da rivalidade, "devem unir-se contra a epidemia" de COVID-19, informou a imprensa estatal.A mensagem de apaziguamento acontece após uma série de ataques verbais entre Pequim e Washington nos últimos dias sobre a questão. "A China está disposta a continuar compartilhando sem reservas informações e experiências com os Estados Unidos", afirmou Xi, de acordo com o canal televisão público CCTV.
Nas últimas semanas, Trump acusou em diversas ocasiões as autoridades chinesas de demora em comunicar sobre a gravidade do novo coronavírus. Segundo o presidente americano, a propagação poderia ter sido limitada. Pequim acusou Trump de "fugir de suas responsabilidades".
Além disso, Trump e seu secretário de Estado, Mike Pompeo, aumentaram a tensão com Pequim ao chamar o patógeno de "vírus chinês" em várias declarações públicas.
Para aumentar ainda mais a tensão, um porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores sugeriu no início de março no Twitter que o exército americano poderia ter sido o responsável por levar a COVID-19 à cidade chinesa de Wuhan, onde a epidemia começou em dezembro.
Mas a conversa telefônica desta sexta-feira pareceu acabar com a troca de farpas, ao menos no momento. O próprio Trump reforçou a mensagem após a ligação. "Acabo de ter una conversa muito boa com o presidente chinês Xi", escreveu no Twitter.
"Conversamos de maneira detalhada sobre o coronavírus, que está arrasando uma grande parte de nosso planeta. A China sofreu muito e adquiriu um sólido conhecimento do vírus. Trabalhamos em estreita colaboração. Muito respeito", completou Trump.
A ligação telefônica entre os dois governantes coincide com um aumento impressionante do número de infecções por coronavírus nos Estados Unidos, onde já superaram 82.000 contágios, o que torna o país o primeiro na lista de nações em número de casos.
Os hospitais americanos enfrentam a escassez de material e de equipamentos médicos, que as empresas chinesas poderiam aliviar graças a sua enorme capacidade de produção. Xi reconheceu que as relações bilaterais estão em um momento "particularmente crucial" e considerou que a cooperação é "a única boa decisão" que pode ser tomada atualmente.
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"Espero que os Estados Unidos tomem ações concretas para melhorar as relações bilaterais", acrescentou o presidente chinês, antes de recordar que algumas regiões chinesas e também empresas do país forneceram equipamentos médicos e outros tipos de apoio aos Estados Unidos na luta contra o coronavírus.
Antes do início da pandemia, os dois países protagonizavam uma guerra comercial devido à decisão americana de impor tarifas de importação aos produtos chineses.
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