A Espanha, segundo país do mundo com mais mortos pelo novo coronavírus, interromperá todas as “atividades não essenciais” por duas semanas, de amanhã a 9 de abril, para impedir a disseminação do novo coronavírus. O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro, Pedro Sánchez.
A medida reforça o confinamento da população decretado em 14 de março e vigente até 11 de abril, em um país que, ontem, registrou 832 mortos pelo novo coronavírus em 24 horas, novo recorde diário. “Todos os trabalhadores de atividades não essenciais terão de ficar em casa nas próximas duas semanas, como fazem no fim de semana”, declarou Sánchez, citando como exemplo o setor da construção, que continuava em atividade, apesar do confinamento.
O premier informou que a medida será aprovada em um conselho extraordinário de ministros, hoje. Segundo ele, o objetivo é “reduzir ainda mais a mobilidade das pessoas”, prevenindo, assim, a expansão da epidemia, e “descongestionar” os hospitais, muitos deles saturados nas áreas mais castigadas do país, como Madri e Catalunha.
Os trabalhadores afetados “continuarão recebendo seu salário normalmente e vão recuperar as horas de atividades não cumpridas paulatinamente. “Estamos enfrentando as horas mais duras, mais tristes, mais amargas”, reforçou Sánchez, em pronunciamento na TV.
Em nível logístico, o governo tenta conseguir, em um mercado internacional tenso, material de proteção para os profissionais da área da saúde. Também busca adquirir testes rápidos de diagnóstico. Ontem, o Exército do Ar enviou um avião à China para buscar uma parte, informou o general Miguel Ángel Villarroya.
Patricia Lacruz, diretora-geral de Farmácia do Ministério da Saúde, comentou que a Espanha “contratou capacidades de produção” na China e fechou contratos de material sanitário no valor de 628 milhões de euros. Com esse dinheiro, serão comprados 659 milhões de máscaras para pacientes e mais de 30 milhões para profissionais. A companhia aérea espanhola Iberia e o consórcio europeu Airbus criaram um corredor aéreo com o país asiático para levar à Espanha toneladas de material sanitário.
França
A França anunciou, ontem, que houve 319 novas mortes em 24 horas, elevando o número de mortes da Covid-19 para 2.314. Segundo o último balanço, o número de infectados aumentou para 37.575, dos quais 17.620 estão hospitalizados (+1.888) e 4.273 em terapia intensiva, 486 pessoas a mais em um único dia. Outros 6.624 pacientes puderam voltar para casa nas últimas 24 horas, após superar a pneumonia.
Segundo dados publicados ontem, as regiões com mais pessoas hospitalizadas são Paris e seu entorno (Ile de France), com 6.523, delas 1.570 em terapia intensiva; o Grande Leste (3.525, sendo 756 em terapia intensiva) e Auvérnia-Ródano-Alpes (1.904, dos quais 432 em terapia intensiva).
O primeiro-ministro Edouard Philippe alertou os franceses de que “os primeiros 15 dias de abril serão ainda mais difíceis do que os 15 que acabaram de passar” na luta contra a pandemia, “que apenas começou”.
O ministro da Saúde, Olivier Veran, informou que o país encomendou “mais de um bilhão” de máscaras da China. “Um transporte aéreo estreito e intenso foi estabelecido entre a França e a China para facilitar a entrada de máscaras em nosso território”, disse o ministro, durante uma conferência de imprensa, na qual lembrou que o país precisa de 40 milhões de máscaras por semana.
Reino Unido
O Reino Unido superou a barreira de mil mortes por coronavírus, de acordo com os números divulgados ontem. Houve 260 mortes em 24 horas. O balanço mostra uma clara aceleração da propagação da doença no país — 1.019 óbitos e 17.089 casos confirmados.
As iniciativas multiplicam-se para fornecer com urgência equipamentos de proteção. A Casa da Moeda, que geralmente cunha moeda, planeja fabricar até quatro mil óculos de proteção de plástico por dia. A marca de luxo Burberry anunciou que produzirá roupas e máscaras não cirúrgicas para pacientes em sua fábrica de Castleford, em Yorkshire (norte), onde costumam produzir suas capas de chuva icônicas.
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