Mundo

Zimbábue encara confinamento que poderá ter consequências desastrosas

A partir de segunda-feira (30/3) quase todas as 16 milhões de pessoas do Zimbábue terão que ficar em casa para tentar conter a propagação da Covid-16

Correio Braziliense
postado em 29/03/2020 14:08

A partir de segunda-feira (30/3) quase todas as 16 milhões de pessoas do Zimbábue terão que ficar em casa para tentar conter a propagação da Covid-16"Não somos contra o confinamento. Mas vinte e um dias, é demais, será muito difícil". Como o restante dos vendedores com quem ele compartilha uma calçada em Harare, Isaac Sayeed teme que o coronavírus dê ao seu país, o Zimbábue, o último golpe. 

 

A partir de segunda-feira (30/3), quase todas as 16 milhões de pessoas do Zimbábue terão que ficar em casa, seguindo uma ordem do presidente Emmerson Mnangagwa, para tentar conter a propagação da epidemia à espreita. 

 

"Embora os números [dos infectados] sejam baixos, ainda é possível que o vírus se espalhe amplamente entre a população, o que nos preocupa", disse o chefe de Estado na sexta-feira. 

 

No momento, apenas sete casos de Covid-19 foram declarados oficialmente no país. Mas a morte de um dos doentes, um jornalista de 30 anos que morreu de falta de atenção médica, segundo sua família, lembrou à população a seriedade do perigo. 

 

Se o vírus se espalhar por todo o país, desgastado por duas décadas de crise econômica e financeira, somado à escassez e à ameaça de fome, o saldo será catastrófico.

 

"Devemos estocar por três semanas, mas a maioria de nós vive com o dinheiro justo que ganha a cada dia", acrescenta o vendedor.

 

A metade dos habitantes do país se encontra em situação de insegurança alimentar, segundo a ONU.

 

Já com inflação alta, segundo índices publicados na semana passada, o aumento de preços ano a ano atingiu a vertiginosa taxa de 500% em fevereiro. 

 

Por outro lado, o estado de saúde pública é lamentável, e médicos e enfermeiros entraram em greve para denunciar a falta de meios para combater a epidemia. 

 

Porém, por mais sombrio que possa parecer, Isaac Sayeed garante que, na segunda-feira, cumprirá as instruções oficiais, por medo da polícia. 

 

"Se necessário, forças de segurança serão destacadas para garantir o respeito [do confinamento]", alertou o presidente Mnangagwa em seu discurso. 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags