Correio Braziliense
postado em 03/04/2020 16:08

Tedros também alertou os países para o aumento em registros de violência doméstica, em meio às restrições de quarentena impostas pela pandemia. "Mulheres em relacionamentos abusivos têm maior probabilidade de serem expostas à violência, assim como os filhos, pois os membros da família passam mais tempo em contato próximo e as famílias lidam com estresse adicional e possíveis perdas econômicas ou de emprego", afirmou.
Outra consequência da epidemia citada por Tedros são os impactos na luta contra outras doenças, entre elas a poliomielite. Segundo ele, por conta da dedicação à covid-19, foi necessário suspender a vacinação doméstica da poliomielite. "Para reduzir o risco, apoiaremos os países para que mantenham imunização essencial para todas as doenças que podem ser prevenidas por vacina", garantiu.
O médico etíope pediu ainda que os governos retirem barreiras econômicas para o tratamento hospitalar. Ele destaca que, se as pessoas decidirem não procurar assistência pelo coronavírus, por temores de despesas médicas, a pandemia poderá ser mais difícil de controlar. "Vários países estão suspendendo cobranças e fornecendo testes e tratamento grátis para a covid-19, independentemente do seguro de saúde, cidadania ou status de residência da pessoa. Encorajamos essas medidas", reiterou.
Para Tedros, a melhor maneira de se combater a pandemia é identificando, isolando e tratando todos os casos possíveis. "Pedimos a todos os países que garantam financiamento aos sistemas de saúde", exortou.
Taxa de mortalidade
A Organização Mundial da Saúde pediu cautela na análise dos dados sobre a taxa de mortalidade do coronavírus. Na entrevista coletiva conjunta, representantes da entidade explicaram que o cálculo tende a ser distorcido pelas diferentes composições etárias de cada país.
Responsável pela resposta à pandemia da OMS, Maria Van Kerkhove destacou que há vários estudos clínicos em andamento sobre possíveis terapias contra a doença.
Saiba Mais
Tedros revelou ainda que a OMS já recebeu mais de US$ 690 milhões em doações para atuar no combate à doença. "Dessa quantidade, US$ 300 milhões foram destinados a apoiar o trabalho da OMS e o restante fornecido bilateralmente (a países) ou para outras organizações envolvidas na resposta", afirmou. "Ainda temos um longo caminho pela frente na luta contra o coronavírus, mas vamos superá-lo", acrescentou.
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