"O Conselho de Ministros da próxima terça-feira solicitará, de novo, a autorização do Congresso dos Deputados para prorrogar, pela segunda vez, o estado de emergência de 12 de abril até as 24 horas de sábado de 25 de abril", declarou Sánchez, no pronunciamento transmitido pela televisão.
"Com todas as cautelas, consideramos que é o tempo de que nosso sistema de saúde precisa para se recuperar", alegou. "É um sacrifício enorme, mas é necessário para poder vencer definitivamente o vírus", reconheceu Sánchez.
"Uma vez superado o pico da propagação do vírus, estamos em condições de dobrar a curva da epidemia", mas "para alcançar esse novo objetivo precisamos de um pouco mais de tempo e precisamos, sobretudo, manter esse esforço coletivo", insistiu.
De acordo com o balanço deste sábado, a Espanha já registrou 11.744 mortos pelo coronavírus, o segundo país com maior número de óbitos do mundo (atrás apenas da Itália) e com quase 125.000 casos diagnosticados.
A prorrogação do estado de emergência permite adotar medidas severas na luta contra a COVID-19. Deve ser ratificada na próxima semana pelo Congresso, onde o governo conta, em tese, com o apoio do principal partido da oposição, o conservador Partido Popular.
Desde a entrada em vigor do estado de emergência, os quase 47 milhões de espanhóis vivem confinados em suas casas. Estão autorizados apenas a irem trabalhar, na impossibilidade de fazê-lo de forma remota, ou sair para realizar atividades básicas, como comprar comida, ou remédios.
As restrições se endureceram a partir de 30 de março, quando o governo decretou a paralisação de toda a atividade econômica não essencial até 9 de abril.
Luz no fim do túnel
"Estas três semanas de isolamento coletivo estão dando resultado", afirmou Sánchez, destacando que as medidas permitiram "deter a propagação do vírus", "conter a avalanche sobre os hospitais" e "multiplicar as altas" de pacientes.
Os balanços diários divulgados pelo Ministério da Saúde esta semana mostraram como, em termos percentuais, tanto o número de mortos quanto o de casos diagnosticados se reduziam paulatinamente, passando de aumentos acima de 20% até algo em torno de 10%.
Ainda assim, nesta semana, foram vividas "as horas mais obscuras", reconheceu Sánchez, com 950 mortes diárias na quinta-feira. Ontem e hoje, houve queda, e os 809 mortos anunciados neste sábado representam o melhor número em oito dias.
Saiba Mais
A principal preocupação continua sendo evitar a saturação dos hospitais, especialmente em regiões fortemente impactadas como Madri e Catalunha, e adquirir material médico suficiente para combater a epidemia. No hospital de campanha do pavilhão de congressos IFEMA de Madrid, cada alta é celebrada com aplausos.