A procuradoria nacional antiterrorista francesa assumiu a investigação por "assassinatos em conexão com uma empresa terrorista" e "associação terrorista criminosa". O suposto autor, um sudanês nascido em 1987, obteve status de refugiado em 29 de junho de 2017 e permissão de residência por 10 anos em julho do mesmo ano. Ele não é conhecido pelos serviços da polícia ou da inteligência franceses, nem europeus.
O sudanês foi detido por volta das 11h locais, após atacar pessoas em estabelecimentos comerciais da localidade. Segundo testemunhas citadas pela rádio local, ele teria gritado "Allahu Akbar" ao avançar contra as vítimas. O agressor pediu aos policiais que o matassem, segundo o sindicalista policial David Reverdy. "Existem todos os ingredientes de um ato terrorista", indicou.
Saiba Mais
Conviver com infiéis
O segundo morto, gerente de um café conhecido na cidade, morreu em frente ao local, segundo uma testemunha. Entre os cinco feridos, os três mais graves estão em condições estáveis, segundo o hospital onde deram entrada. Durante uma batida na casa do suposto autor, foram encontrados "manuscritos com conotação religiosa, em que ele se queixa de viver em um país de infiéis", segundo a procuradoria.
Em sua conta no Twitter, o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que "será esclarecido este ato odioso que aflige nosso país, que vem passando por um momento sumamente difícil nas últimas semanas". A França vive a terceira semana de confinamento de sua população para conter a propagação do novo coronavírus. O país vive sob ameaça terrorista desde a onda de atentados jihadistas sem precedentes iniciada em 2015, em que morreram 256 pessoas. Desde 2013, os serviços de segurança frustraram 60 ataques.