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Bolívia repatria 480 cidadãos retidos no Chile e os põe em quarentena

Os bolivianos repatriados chegaram de ônibus na fronteira, onde fizeram trâmites migratórios e passaram por controles de biossegurança, depois que suas bagagens foram desinfectadas

Correio Braziliense
postado em 04/04/2020 18:11
Os bolivianos repatriados chegaram de ônibus na fronteira, onde fizeram trâmites migratórios e passaram por controles de biossegurança, depois que suas bagagens foram desinfectadasLa Paz, Bolívia - A Bolívia repatriou neste sábado (4) 480 cidadãos que ficaram retidos quase uma semana no Chile e os instalou em um acampamento na área fronteiriça de Pisiga, onde vão cumprir uma quarentena, supervisionada por organismos internacionais e vigiada pelo Exército."Fizemos uma grande mudança. Decidiu-se pela vinda de 100% das pessoas e não só de 300 (como se anunciou inicialmente). Temos que ter uma barreira de saúde em Pisiga, 14 dias de quarentena e (depois) que vão tranquilos aos seus locais de origem", declarou à imprensa o ministro da Defesa, Luis Fernando López.

Os bolivianos repatriados chegaram de ônibus na fronteira, onde fizeram trâmites migratórios e passaram por controles de biossegurança, depois que suas bagagens foram desinfectadas. O ministro detalhou que o acampamento "Tata" Santiago, instalado nesta localidade fronteiriça, é de "primeiro nível", pois é equipado com barracas térmicas, cozinhas, serviços sanitários, consultório de saúde e laboratórios para testes para a COVID-19.

Na última hora de sexta-feira mudou-se a localização do acampamento para protegê-lo melhor dos fortes ventos que correm nesta região do altiplano andino, a 3.700 metros de altitude, e que provocam queda de temperatura a níveis abaixo de zero. López informou, ainda, que a administração do acampamento ficará a cargo de organismos internacionais, segundo o estabelecido por protocolos correspondentes.

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"Eu me sinto feliz. Depois de uma árdua gestão, cerca de 480 compatriotas estão voltando para casa. Cumprirão em Pisiga uma estrita quarentena com rigorosos protocolos de biossegurança", tuitou a chanceler boliviana, Karen Longaric. O governo resistiu à repatriação destes cidadãos com o argumento de que com o fechamento total das fronteiras devido à emergência do novo coronavírus, protegia desta forma os  11,5 milhões de bolivianos de potenciais contágios.

No entanto, a pressão interna e internacional, com intervenção da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), obrigou La Paz a flexibilizar sua posição. Por outro lado, López informou que a presidente interina, Jeanine Áñez, autorizou voos humanitários para bolivianos retidos em outros países, embora não tenha mencionado cifras, nem datas para a sua repatriação. Todos eles também terão que cumprir quarentena.

Antes do fechamento das fronteiras, mais de mil bolivianos retornaram por terra ao país a partir de Brasil e Chile, principalmente. A Bolívia soma 139 casos de coronavírus e dez falecidos.

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