Correio Braziliense
postado em 07/04/2020 09:55
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, declarou nesta terça-feira (7/4) estado de emergência com duração inicial de um mês para Tóquio e outras seis regiões do país, como forma de combater a aceleração do número de casos de Covid-19 no arquipélago.
"Por considerar que existe o temor de que a situação afete gravemente a vida das pessoas e a economia (...) declaro o estado de emergência", afirmou Abe diante de um comitê parlamentar.
"Vamos suspender a medida quando tivermos certeza de que não é mais necessária", completou.
O estado de emergência não permite às autoridades japonesas impor um confinamento estrito como em outros países, mas oferece aos governadores regionais a possibilidade de pedir à população que permaneça em casa, assim como o fechamento temporário dos estabelecimentos comerciais não essenciais.
Vários supermercados e outros estabelecimentos permanecerão abertos, e o transporte continuará funcionando. Não estão previstas punições para quem não cumprir as solicitações do governo.
"Apesar da declaração de estado de emergência, isto não significa que a cidade esteja confinada como acontece em outros países", acrescentou Abe.
"Vamos impedir a propagação da infecção enquanto mantemos, na medida do possível, os serviços sociais e econômicos, e os transportes públicos", completou o primeiro-ministro.
Até o momento, o Japão não sofreu o mesmo impacto do coronavírus que os Estados Unidos, ou vários países da Europa. O país registra quase 4 mil casos confirmados e 80 mortes.
O número de casos registra alta desde o fim de março, porém, o que provoca o temor de uma saturação dos hospitais. O cenário levou Abe a intensificar as ações do governo.
As regiões afetadas pelo estado de emergência são a capital e as três zonas que envolvem os subúrbios de Tóquio; a região da grande metrópole do oeste de Osaka e sua vizinha Hyogo; assim como Fukuoka, na ilha de Kyushu (sudoeste).
A medida afeta quase 50 milhões de pessoas, ou seja, 40% da população do país.
Sem a possibilidade de sanções, as autoridades contam essencialmente com a boa vontade dos cidadãos, que são majoritariamente favoráveis ao estado de emergência, conforme uma pesquisa do canal privado TBS divulgada na segunda-feira (6).
"É necessário pedir a total de cooperação de todos" insistiu Abe.
"Segundo os especialistas, se fizermos os esforços para reduzir nossos contatos de 70% a 80%, o número de infecções será reduzido após duas semanas", completou.
O estado de emergência é um duro golpe adicional para a economia japonesa, em particular porque Tóquio e sua região representam um terço do PIB do país.
Para apoiar a atividade econômica, o primeiro-ministro japonês anunciou na segunda-feira um plano de 108 trilhões de ienes (US$ 1 trilhão) para compensar os efeitos da crise de saúde nas empresas e famílias japonesas.
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