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EUA: de máscaras e a distância, estado de Wisconsin vota em plena pandemia

Depois de uma intensa luta entre democratas e republicanos, os postos de votação enfim abriram durante a manhã no estado americano, afetado, como todo o país, pela COVID-19

Correio Braziliense
postado em 07/04/2020 20:50
Depois de uma intensa luta entre democratas e republicanos, os postos de votação enfim abriram durante a manhã no estado americano, afetado, como todo o país, pela COVID-19Com a Guarda Nacional presente nas seções eleitorais e uma população protegida com máscaras, o estado de Wisconsin realizou nesta terça-feira (7), em plena pandemia de coronavírus, sua eleição local e primária democrata entre Joe Biden e Bernie Sanders.

Depois de uma intensa luta entre democratas e republicanos, os postos de votação enfim abriram durante a manhã no estado americano, afetado, como todo o país, pela COVID-19.

Há duas semanas, seus quase seis milhões de habitantes foram convocados a permanecerem em suas casas para conter a propagação do vírus, que deixa mais de 11.000 mortos nos Estados Unidos.

Nesta terça, porém, os eleitores compareceram às urnas, mantendo a distância recomendada. Longas filas se formaram para votar na grande cidade de Milwaukee, onde apenas cinco seções puderam ser abertas para cerca de 600.000 habitantes.

Em Kenosha, mais ao sul e às margens do lago Michigan, eleitores e funcionários dos centros de votação estavam separados por divisórias de plástico. Membros da Guarda Nacional desinfetavam regularmente as mesas e máquinas de votação.

Mais de 100 municípios advertiram que não teriam pessoal suficiente para abrir um posto eleitoral, já que alguns estão doentes, e outros temem se contaminar.

Além da primária democrata, acontecem eleições locais, que são cruciais para o equilíbrio de poderes no estado, motivo da dura batalha dos últimos dias entre democratas e republicanos sobre a votação.

- Trump pede votação -

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Após dias de negociações frustradas com os republicanos - a maioria na Assembleia e no Senado de Wisconsin -, o governador democrata Tony Evers assinou um decreto na segunda-feira para "proteger" os cidadãos e adiar as eleições até 9 de junho. 

Mas os republicanos recorreram à Suprema Corte, que determinou a votação na terça-feira.

Apoiado pelo presidente Donald Trump, um juiz conservador do Supremo local disputa a reeleição. Ontem e hoje, Trump convocou os eleitores a participarem da votação.

O pré-candidato democrata à Presidência dos EUA, Bernie Sanders, considerou "escandaloso" que os republicanos tenham forçado a eleição "para seu benefício político". É uma decisão "perigosa" e "pode ser até letal".

Favorito na corrida democrata, o ex-vice-presidente Joe Biden aparece com vantagem nas pesquisas no estado.

Mas devido à pandemia, nenhuma primária democrata foi realizada desde 17 de março; 15 estados, assim como Porto Rico, adiaram suas eleições, mesmo as realizadas por correios. 

A interrupção da campanha eleitoral aumenta a pressão sobre Sanders. A sua distância de Biden, que foi braço direito de Barack Obama, é dificilmente superável.

O caso das eleições de Wisconsin tem levantado dúvidas sobre as votações presidenciais, legislativas e locais de 3 de novembro, caso a pandemia se estenda.

Em Wisconsin, um juiz havia prorrogado na semana passada a possibilidade de enviar votos até 13 de abril para reduzir o risco de contágio. Os republicanos também apelaram dessa decisão e tiveram o apoio da Suprema Corte dos Estados Unidos. 

Então, as cédulas deveriam ser enviadas até nesta terça-feira, embora possam ser recebidas até a próxima semana e os resultados não sejam conhecidos até então. 

O governador Evers agradeceu aos que participaram nesta terça-feira, mas reforçou que continua "profundamente preocupado" com a votação presencial.

"Estou impressionado com a coragem, resistência e heroísmo daqueles que estão defendendo nossa democracia, aparecendo para votar (e) trabalhando nas mesas", tuitou.

A pandemia do novo coronavírus deixou pelo menos 75.542 mortos no mundo, conforme último balanço feito pela AFP com base em fontes oficiais, às 8h (horário de Brasília) desta terça.

Mais de 1,351 milhão de casos foram declarados oficialmente em 191 países ou territórios. As autoridades consideram que, até o momento, pelo menos 253.900 pessoas ficaram curadas da doença ao redor do mundo.

Depois de Itália e Espanha, hoje, os Estados Unidos são o país com maior número de óbitos, que chega a 10.993 mortos. Em número total de casos, é o mais afetado, com 368.449 contaminações oficialmente diagnosticadas.


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