Correio Braziliense
postado em 08/04/2020 04:14
O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, anunciou, ontem, que Washington e Bagdá manterão, em junho, um “diálogo estratégico” para decidir o futuro da presença militar dos Estados Unidos no Iraque. A permanência das tropas foi rechaçada formalmente pelo Parlamento iraquiano, no início de janeiro, logo após ataques que mataram o poderoso general iraniano Qassem Soleimani no país.
O episódio elevou ainda mais a tensão na região. As relações entre os EUA e o Iraque se agravaram depois de uma série de ataques no fim de 2019 contra bases militares americanas, atribuídos pelo governo de Donald Trump ao Irã ou a seus aliados paramilitares iraquianos.
No terceiro dia deste ano, a situação se deteriorou ainda mais quando o Exército americano matou Soleimani e seu tenente iraquiano em um bombardeio em Bagdá. Com o ataque, o sentimento antiamericano se exacerbou no Iraque e, dois dias depois, o Parlamento votou pela retirada das tropas dos Estados Unidos, presentes em seu território como parte de uma coalizão internacional contra os extremistas do grupo Estado Islâmico (EI).
“Os Estados Unidos propuseram um diálogo estratégico com o governo iraquiano, que será celebrado em meados de junho”, disse, ontem, Mike Pompeo, durante entrevista em Washington.
“Com a pandemia mundial da Covid-19 em seu apogeu e a queda da receita do petróleo, que ameaça a economia iraquiana com o colapso, é importante que nossos dois governos trabalhem juntos para evitar que se apaguem as vitórias alcançadas contra o EI e para estabilizar o país”, enfatizou o chefe da diplomacia norte-americana.
Segundo Pompeo, isso implica uma reavaliação de todos os temas que conformam as relações entre os dois países. “Incluindo o futuro da presença da força americana”, especificou o secretário.
O vice-secretário de Estado para Assuntos Políticos, David Hale, número três da diplomacia americana, representará os Estados Unidos no diálogo. O governo de Donald Trump, que prometeu retirar as forças americanas das custosas operações no Oriente Médio, não descarta reduzir sua presença, possivelmente a favor da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), embora tenha assegurado, até o momento, que não tem a intenção de deixar o Iraque por completo.
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