Correio Braziliense
postado em 08/04/2020 15:42
Israel começou a celebrar nesta quarta-feira (08) a 'Pésaj', a Páscoa judaica, em uma atmosfera "estranha" e sem muita alegria devido à pandemia de coronavírus, que limita as festividades tradicionais de família.Embora desejassem "Hag Sameakh" ("Boas festas") nesta quarta-feira, a crise do coronavírus está afetando o dia a dia de milhões de pessoas em Israel.
A pandemia obriga as pessoas a se cumprimentarem por telefone diante das medidas de confinamento do governo, que também proíbe a circulação entre cidades para limitar a propagação do vírus. A COVID-19 contaminou oficialmente mais de 9.400 pessoas e deixou 72 mortos em Israel.
"Quero desejar a todos os judeus do mundo uma feliz Páscoa. Mas é estranho, porque essa Páscoa é diferente de todas as demais", declarou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em um vídeo publicado no YouTube.
"Não há nenhuma parte do mundo que não esteja afetada pelo coronavírus e isso requer mudanças no nosso modo de viver e de celebrar festas tão antigas como a Páscoa", acrescentou.
O principal momento da celebração, que dura oito dias, é o 'seder' (a ceia de Páscoa) na quarta-feira à noite, na qual as famílias costumam se reunir.
Mas a pandemia está afetando essa tradição porque o confinamento proíbe visitas de uma casa para outra. Essa situação provocou um debate religioso sobre o uso de aplicativos de videoconferência, como o Zoom, para reunir as famílias.
Alguns rabinos propuseram permitir o uso, mas o grande rabino se opôs e chamou de "profanação".
Outro dos efeitos do coronavírus é a escassez de ovos que os israelenses compraram em grande quantidade no início da crise.
Para resolver esse problema, o governo desbloqueou fundos de emergência para importar milhões de ovos, embora nesta quarta-feira, em um supermercado de Jerusalém, um jornalista da AFP tenha visto que continuam em falta.
A festa da 'Pésaj' celebra, segundo a tradição, o êxodo do povo judeu do Egito.
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