Os Estados Unidos superaram, ontem, os 400 mil casos confirmados do novo coronavírus, de acordo com contagem da Universidade Johns Hopkins. A pandemia também deixou, pelo menos, 12.936 mortos nos Estados Unidos, que é o país do mundo com mais infecções confirmadas — 401.116, segundo a contagem. A barreira de 300 mil casos foi alcançada no último sábado. O número de mortos nos Estados Unidos é próximo ao da Itália, o país mais afetado até agora, com 17 mil óbitos, seguido pela Espanha, com 14.500.
O presidente Donald Trump defendeu sua resposta à crise e na terça-feira acusou a Organização Mundial da Saúde (OMS) de reagir lentamente. O presidente americano questionou se a OMS fez “uma recomendação equivocada”, aparentemente referindo-se ao órgão da ONU que havia recomendado não restringir as viagens internacionais para conter o vírus que primeiro se disseminou na China.
“Eles tomaram a decisão errada”, disse Trump, considerando que “eles poderiam ter feito esse pedido meses antes”. Trump foi amplamente criticado por minimizar a Covid-19, que inicialmente associou a uma gripe comum, afirmando que estava sob controle nos Estados Unidos, antes de aceitar que se tratava de uma emergência nacional.
A maioria dos mortos pelo novo coronavírus em Nova York — a mais afetada pela pandemia nos Estados Unidos — é latina, informou, ontem, o prefeito Bill de Blasio. Um relatório preliminar aponta que 34% dos 3.602 mortos pela Covid-19, até hoje, são hispânicos, que constituem 29% da população da maior cidade americana, de 8,6 milhões de habitantes. “É uma disparidade flagrante”, assinalou o prefeito.
De Blasio citou como um dos principais motivos o idioma, e anunciou uma nova campanha de informação sobre o coronavírus em 14 línguas. “O que aconteceu no último par de anos levou muitos imigrantes, principalmente os sem documentos, a se afastarem dos locais onde normalmente buscariam apoio ou atendimento médico”, comentou, referindo-se à política anti-imigração do governo Trump.
Um terço dos hispânicos que vivem em Nova York, cerca de 1 milhão de pessoas, é imigrante sem documentos ou seguro médico, segundo estimativas do governo municipal. Muitos deles não podem cumprir quarentena e são obrigados a trabalhar como entregadores, faxineiros ou babás para alimentar suas famílias. Vários deixam de buscar atendimento médico por medo de serem deportados.
A maioria das mortes em Nova York ocorreu nos distritos do Queens e Bronx, de maioria imigrante. Na mesma entrevista coletiva de De Blasio, a médica e comissária de Saúde de Nova York, Oxiris Barbot, porto-riquenha, reforçou que a disparidade obedece à baixa remuneração da comunidade hispânica, que a obriga a continuar trabalhando.
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Número de mortos nos EUA até o fechamento desta edição
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