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Produtores de petróleo buscam acordo para conter queda de preços

Eles estão perto de um acordo, em breve saberemos", disse o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump

Correio Braziliense
postado em 09/04/2020 21:27
Eles estão perto de um acordo, em breve saberemosLondres, Reino Unido - Os principais países produtores de petróleo, liderados pelos membros da Opep e a Rússia, tentaram nesta quinta-feira (9) chegar a um acordo sobre um corte na produção e acabar com o colapso dos preços em meio à pandemia de COVID-19.

"Eles estão perto de um acordo, em breve saberemos", disse o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta noite, depois de conversar com seu colega russo, Vladimir Putin, e o rei Salman, da Arábia Saudita. 

Moscou e Riade lideram o grupo de países que negociam por videoconferência desde o final da tarde. Os Estados Unidos, principal produtor mundial, não são membros da Opep, mas desejam uma redução na oferta de preços, a fim de fornecer oxigênio à sua indústria de óleo de xisto. 

"Existe um acordo de 80%", disse o ministro iraniano do Petróleo, Bijan Namdar Zanganeh, à televisão nacional iraniana. Já a rede de televisão privada argelina Ennahar TV anunciou as "decisões históricas" do cartel, mencionado uma redução coletiva na produção de 10 milhões de barris por dia (mbd) em maio e junho. 

Este volume, corroborado pela agência de notícias russa Tass, corresponde ao anunciado por Trump há sete dias e a uma proporção mencionada anteriormente pelo ministro do petróleo do Kuwait, Jaled al-Fadhel. 

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) não informou formalmente este acordo nem especificou como o esforço seria compartilhado entre todos os países.

Hemorragia 

 
No início da reunião, a OPEP fez uma avaliação alarmante do mercado de ouro preto, chamando o estado de oferta e demanda de "horrível". "Nossa indústria sofre uma hemorragia e ninguém foi capaz de detê-la", disse o secretário geral do cartel, Mohamed Barkindo. 

O ministro da Energia da Argélia, Mohamed Arkab, falou sobre uma "queda livre insustentável" do mercado, segundo a agência nacional APS. 

A Agência Internacional de Energia chamou de "choque sem precedentes", com uma desaceleração da economia mundial que levará a um superávit de petróleo bruto que poderá atingir 25 mbd em abril, segundo a Rystad Energy. 

Nos mercados, os preços europeus do Brent europeu e do WTI dos EUA fecharam março como o pior trimestre de sua história, com mínimos nunca vistos desde 2002. 

É preciso uma redução drástica da produção, a principal arma dos membros do cartel e de seus aliados, para lidar com a queda da demanda, em um mercado que já estava excedente antes do início da pandemia. 

A Rússia, o segundo maior produtor mundial, parece pronta para cooperar desta vez, ao contrário da cúpula anterior, que resultou em fracasso e em uma guerra de preços entre os principais produtores.

Círculo ampliado 

 
Dada a gravidade da situação, Riade e Moscou expandiram o círculo de participantes da reunião, convidando muitos produtores externos à aliança, a Opep%2b. Em seu discurso introdutório, o ministro da Energia da Rússia, Alexander Novak, aplaudiu a presença de mais nove países, incluindo Canadá e Noruega, nesta quinta-feira. 

Os Estados Unidos também foram convidados, mas, apesar do envolvimento de Donald Trump em favor de um acordo entre produtores, seu país não pode participar diretamente dessas discussões, porque seus regulamentos anticartel o impedem. 

Saiba Mais

"Noruega, Brasil, Canadá e Estados Unidos afirmaram que estão dispostos a reduzir sua produção diária de petróleo", disse Zanganeh na noite de quinta-feira. 

Enquanto as empresas americanas têm atingido níveis recordes de 13 mbd, a produção deve atingir 11,8 mbd devido ao impacto da pandemia na economia, segundo a Agência de Informações sobre Energia dos EUA. 

Dada a urgência, na sexta-feira serão os ministros da Energia do G20 que abordarão o estado do mercado em uma reunião extraordinária. 

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