Correio Braziliense
postado em 10/04/2020 04:04
Com 16.267 mortes e 454.304 casos de infecção pelo novo coronavírus até o início da noite de ontem, os Estados Unidos continuam a sofrer impactos econômicos por conta da pandemia. A paralisação da economia fez com que 6,6 milhões de pessoas adicionais solicitassem seguro-desemprego nos EUA na semana passada, e os números permanecem em níveis historicamente altos pela terceira semana consecutiva, segundo dados divulgados pelo Departamento do Trabalho.
O número de pedidos para a semana encerrada em 4 de abril representa uma ligeira queda em relação à semana anterior, quando foram registradas 6,9 milhões de solicitações — valor revisado para cima —, um nível nunca visto antes no país. Com os últimos dados semanais, o número total de novos pedidos de trabalhadores que perderam o emprego chega a quase 17 milhões de pessoas, bem pior do que as previsões dos analistas.
Agora, os economistas alertam que o número de desempregados chegará a dois dígitos em abril. Em nota, a consultora Oxford Economics admitiu que espera ver uma perda de 24 milhões de empregos em abril, o que elevaria a taxa de desemprego para 14%. Em março, o Congresso aprovou um pacote de estímulo de US$ 2,2 trilhões para conter o sangramento da pandemia de corona-vírus. O Legislativo contempla fornecer mais dinheiro a um programa de US$ 350 bilhões para conceder créditos a pequenas empresas, para incentivá-las a não demitir seus trabalhadores.
Rubeela Farooqi, da consultoria High Frequency Economics, alerta que a perda de empregos vai continuar. “Com grandes porções da economia ainda fechados (inativos), esses níveis provavelmente permanecerão altos, à medida que as empresas continuarem a reduzir o tamanho ou a licenciar sua força de trabalho”, escreveu ela em uma análise. Ontem, o Federal Reserve dos Estados Unidos anunciou mais empréstimos, atingindo US$ 2,3 trilhões, para “sustentar a economia”, e destinados principalmente às empresas e às comunidades locais afetadas pela pandemia de coronavírus.
Dados subestimados
A Universidade Johns Hopkins, em Baltimore (Maryland), advertiu ontem que o número de infectados (454.304) é muito inferior à cifra real, devido à escassez de testes de detecção do novo coronavírus disponíveis. O estado de Nova York, epicentro da pandemia, registra o maior número de mortos no país: mais de 7 mil.
Apesar do alto número de mortes, especialistas advertem que a curva de transmissão da doença ainda não chegou ao pico. A notícia mais alentadora é que a principal simulação utilizada pela Casa Branca revisou as estatísticas de óbitos de 82 mil para 60.415 até agosto.
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