Mundo

"A morte não tem a última palavra"

Durante a Vigília Pascal, o papa Francisco envia mensagem de esperança contra "a escuridão" e pede fim da produção de armas

Correio Braziliense
postado em 12/04/2020 04:25
O pontífice segura a Bíblia:


A Basílica de São Pedro, mais uma vez, estava de portas fechadas. Nos bancos da igreja, cardeais e funcionários da Cidade do Vaticano sentados espaçadamente, de modo a evitar o contágio com o novo coronavírus. Na tradicional celebração da Vigília Pascal, o papa Francisco fez um apelo para que a humanidade silencie “os gritos da morte”. “A escuridão e a morte não têm a última palavra”, disse o pontífice, ao enfatizar que a Páscoa constitui um “anúncio de esperança”.

“Tudo vai ficar bem, dizemos constantemente essas semanas, agarrando a beleza de nossa humanidade e trazendo palavras de encorajamento de nossos corações. Mas, à medida que os dias passam e o medo cresce, até mesmo a mais intrépida esperança pode evaporar”, alertou. Mas “podemos e devemos esperar, apesar da tristeza que podemos abrigar”, insistiu.

O papa aderiu recentemente ao apelo das Nações Unidas para um cessar-fogo imediato e mundial para preservar, contra o coronavírus, os civis mais vulneráveis dos países em guerra. “Basta de guerras. Que se cessem o comércio e a produção de armas. Necessitamos de pães, não de fuzis”, pediu o pontífice argentino. A missa contou com a participação de um coral formado por apenas sete integrantes.

Em meio à pandemia de Covid-19, Francisco se dirigiu a 1,3 bilhão de católicos de todo o mundo com uma mensagem de força. “Com Deus, nada está perdido. Ânimo! Jesus é o ressuscitado e aquele que nos levanta. Deus estende a mão a vocês e lhes diz: ‘Ânimo!’”, declarou. “Apesar da tristeza, devemos esperar. Contigo, a cruz floresce em ressurreição. O anúncio pascal é um anúncio de esperança.”

De Roma a Nova York, passando por Nova Délhi, governos de todo o mundo impuseram medidas excepcionais de contenção para retardar o progresso da pandemia, tornando as celebrações da Páscoa deste ano particularmente sóbrias, com as igrejas vazias. O papa também teve de adaptar sua agenda e transmitir a mensagem de Páscoa, hoje, de sua biblioteca particular. “Temos que responder ao nosso confinamento com toda a nossa criatividade”, disse Francisco. “Ou ficamos deprimidos e alienados, ou podemos ser criativos.”  Francisco também dará sua bênção “Urbi et orbi”, hoje, dentro de uma quase vazia Basílica de São Pedro, sem a aclamação dos 70 mil fiéis que vieram no ano passado para ouvir e cumprimentar o Santo Padre ao ar livre.



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