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Covid-19 avança em centros detenção para migrantes nos EUA

Várias organizações de direitos humanos pediram que os detidos fossem libertados sob risco contaminação

Correio Braziliense
postado em 12/04/2020 13:15

Várias organizações de direitos humanos pediram que os detidos fossem libertados sob risco contaminaçãoO surto de coronavírus em diferentes centros de detenção de migrantes nos Estados Unidos aumentou significativamente de 32 casos na quarta-feira para 61 dois dias depois, informou o Serviço de Imigração (ICE).

 

Numa época em que os Estados Unidos estão com mais de 20.000 mortos com a epidemia e 519.453 casos confirmados, segundo a Universidade Johns Hopkins, o número de infectados também aumenta nos centros de detenção de migrantes.

 

"Existem 61 casos confirmados de COVID-19 entre pessoas sob custódia do ICE", informou a agência.

 

Várias organizações e políticos democratas de direitos humanos pediram que os detidos fossem libertados sob risco.

 

Eileen Blessinger, advogada especializada em imigração, disse à AFP que um de seus clientes encarcerados contou que as condições nas prisões pioraram desde o início da epidemia.

 

"As porções de comida diminuíram e ele diz que não está recebendo comida suficiente, pessoas doentes não estão sendo tratadas e estão coabitando com detentos saudáveis", relatou a advogada sobre um centro na costa leste.

 

O governo do presidente Donald Trump - que busca a reeleição em novembro - mantém uma linha dura contra a imigração irregular e também tenta limitar a chegada de migrantes legais ao país.

 

Seu governo promulgou em 2018 uma política de "tolerância zero" contra a imigração irregular que levou à separação de milhares de crianças de seus pais migrantes e que foi suspensa após uma onda de indignação global.

 

Não há separação entre detidos

A maioria dos infectados está em centros próximos a Nova York, onde é registrado o maior surto de infecção respiratória nos Estados Unidos. 

 

No centro de Buffalo, estado de Nova York, sete casos foram detectados.

 

De acordo com o balanço, existem dois infectados na cadeia do condado de Bergen, sete no centro de detenção de Elizabeth, dois no correcional do condado de Essex e cinco na cadeia do condado de Hudson.

 

Todos esses centros estão no estado de Nova Jersey, adjacente a Nova York.

 

Outro foco é o das prisões na Pensilvânia, um estado da costa leste, também perto de Nova York. Lá, cinco casos foram detectados em uma instituição correcional em Pike e um na cadeia do condado de York.

 

Nesse distrito, mais de uma dúzia de detidos com condições vulneráveis de saúde solicitaram liberdade temporária e relataram um agravamento das condições de reclusão.

 

"Eles  afirmaram que passaram dias sem receber sabão, que as pessoas sem sintomas de COVID-19 estão alojadas com pessoas com sintomas nas prisões e que os detidos não têm acesso a máscaras ou produtos desinfetantes", informou a organização de direitos humanos ACLU. 

 

O centro com mais casos é o de San Diego, Califórnia, com dez infectados. Também existem casos no Arizona e no Novo México.

 

O restante dos casos ocorre em Illinois, Louisiana, Geórgia e Michigan.

 

O ICE indicou que um migrante está internado em um hospital de Miami.

 

A agência, popularmente conhecida pela comunidade estrangeira como "la migra", disse que em 30 de março 600 detentos foram identificados como vulneráveis e que mais de 160 foram libertados.

 

Em seu balanço, o ICE indicou que 19 funcionários que trabalham diretamente nas prisões foram infectados. 

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