Correio Braziliense
postado em 14/04/2020 04:06
A Casa Branca classificou como “ridículas” as especulações de que o presidente Donald Trump queira demitir o principal especialista do governo para a crise de coronavírus, Anthony Fauci. Os rumores de que Fauci poderia perder o cargo — como desejam partidários de direita de Trump — avançaram no domingo, quando o presidente retuitou uma crítica ao médico com a hashtag #FireFauci.
“Essa discussão na mídia é ridícula — o presidente Trump não está demitindo Fauci”, disse o porta-voz da Casa Branca, Hogan Gidley, por meio de um comunicado. “O Dr. Fauci continua como consultor de confiança do presidente Trump”.
Fauci é considerado um dos nomes mais confiáveis do governo na luta contra a pandemia. Com experiência em crises de saúde semelhantes, ele tem sido elogiado por suas declarações sensatas e apolíticas à imprensa. Mas seu apoio contundente ao estrito distanciamento social e à paralisação de atividades não essenciais é criticado por republicanos. Para muitos, a crise da Covid-19 é superestimada, e danos à economia podem prejudicar a reeleição de Trump.
Teorias da conspiração nas mídias sociais sugerem que Fauci foi plantado pelos democratas. Gidley disse que o objetivo do retuíte de Trump foi se defender das “tentativas maliciosas da mídia” de atribuir ao governo uma resposta lenta à pandemia.
"Ação ousada"
“Foram os democratas e a mídia que ignoraram o coronavírus”, afirmou Gidley. Trump, por sua vez, tomou uma “ação ousada e decisiva para salvar vidas, proibindo voos da China e da Europa”. Gidley não mencionou diretamente a decisão do presidente de incluir a hashtag #FireFauci.
Os EUA são o país mais afetado pela pandemia, com mais de 22 mil mortes — 10 mil somente no estado de Nova York — e 560 mil casos. A Europa contabiliza mais de 80 mil mortes e se aproxima de 1 milhão de contágios.
“O pior já passou se continuarmos sendo inteligentes”, respeitando o confinamento, alertou o governador Andrew Cuomo. “Mas, se fizermos algo estúpido, veremos os números voltarem .” A primeira onda da pandemia não terminou, mas especialistas alertam que uma segunda atingirá o país se a volta à rotina for repentina. “Acordem!Até 50% deste país acabará infectado!”, disse Michael Osterholm, diretor do Centro de Pesquisa de Doenças Infecciosas da Universidade de Minnesota.
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