Mundo

OMS alerta sobre alta letalidade

Correio Braziliense
postado em 14/04/2020 04:06
Medida impede que vírus dissemine: 10 vezes mais letal que o da gripe A

 

Com o número de óbitos por Covid-19 ultrapassando 115 mil, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reforçou ontem, em uma coletiva de imprensa virtual, a necessidade da quarentena como principal medida de contenção da pandemia. Hoje, o órgão da ONU vai publicar um estudo com novas recomendações para orientar os países na suspensão gradativa das medidas restritivas.

 

Lembrando mais uma vez que o novo coronavírus é 10 vezes mais letal que o H1N1, micro-organismo da gripe A, que causou a pandemia de 2009, o diretor-geral da OMS disse que o fim do isolamento social não pode ser de uma hora para outra. “Sabemos que, em alguns países, os casos dobram a cada três a quatro dias. No entanto, enquanto a Covid-19 acelera muito rápido, desacelera muito mais lentamente. Em outras palavras, a descida é muito mais lenta que a subida. Isso significa que as medidas de controle devem ser suspensas lentamente”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus.

 

O diretor-geral lembrou que a quarentena deixou 1,4 bilhão de crianças sem aula e tem levado ao aumento da pobreza. “Como você sobrevive a um bloqueio quando depende de seu trabalho diário para comer?”, questionou. Assim como fez na quinta-feira passada, Ghebreyesus afirmou que os países poderão basear suas decisões em um parecer estratégico atualizado, que será lançado hoje.

 

O documento inclui seis critérios para suspensão do isolamento: a transmissão do vírus tem de estar controlada; o sistema de saúde precisa estar pronto para detectar, testar, isolar e tratar todos os casos, assim como rastrear todos os contatos que o paciente teve; unidades de saúde e asilos devem receber abordagens especiais; são necessárias medidas preventivas nos locais de trabalho, escolas e outros ambientes com alto fluxo de pessoas; o país tem de gerenciar os riscos de casos importados; e, por fim, educar as comunidades para se ajustarem às normas.

Educação populacional

 

Na coletiva virtual, outros especialistas destacaram a importância da quarentena. “Você não pode substituir a quarentena por nada. Você precisa substituir a quarentena por uma comunidade muito profundamente educada, comprometida, engajada e empoderada”, destacou Michael Ryan, diretor do programa de emergências da OMS. Ele lembrou que a educação populacional é algo ainda a ser construído e que precisa ser duradoura. “Temos de mudar nosso comportamento no futuro”, disse.

 

Ryan também destacou que o uso de máscaras, embora seja importante, não substitui o isolamento social. “Máscaras não são uma alternativa à quarentena. E nós dissemos isso publicamente várias vezes: a OMS vai apoiar países que querem implementar uma estratégia mais ampla de usar máscaras ou de cobrir o rosto, desde que seja parte de uma estratégia mais abrangente”, alertou. (PO)

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