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Obama declara apoio a Biden, capaz de guiar os EUA em 'tempos sombrios'

Ainda muito popular, o apoio de Obama é um grande impulso para o candidato de 77 anos, que desafiará as aspirações de reeleição de Donald Trump depois da desistência de Bernie Sanders na corrida pela indicação democrata na semana passada

Correio Braziliense
postado em 14/04/2020 15:56
Ainda muito popular, o apoio de Obama é um grande impulso para o candidato de 77 anos, que desafiará as aspirações de reeleição de Donald Trump depois da desistência de Bernie Sanders na corrida pela indicação democrata na semana passadaO ex-presidente americano Barack Obama declarou nesta terça-feira (14) seu apoio a Joe Biden, ao considerar o futuro candidato democrata à Casa Branca como alguém capaz de guiar os americanos nos "tempos mais sombrios".

"Acho que Joe tem todas as qualidades de que precisamos em um presidente neste momento", disse Obama sobre quem foi seu vice-presidente, em um vídeo de 12 minutos filmado em sua casa e publicado na internet. 

"Joe tem o temperamento e a experiência para nos guiar através de um dos nossos tempos mais sombrios e nos curar com uma longa recuperação", acrescentou. "É por isso que estou orgulhoso em apoiar Joe Biden para se tornar presidente dos Estados Unidos".  

Ainda muito popular, o apoio de Obama é um grande impulso para o candidato de 77 anos, que desafiará as aspirações de reeleição de Donald Trump depois da desistência de Bernie Sanders na corrida pela indicação democrata na semana passada. 

O posicionamento de Obama ocorre depois de Sanders declarar na segunda apoio a Biden.


- "A melhor decisão" -

Biden foi o braço direito de Obama nos oito anos (2009-2017) em que ele chefiou a Casa Branca. O ex-vice-presidente enalteceu durante a campanha as boas relações com seu ex-chefe, um importante ativo entre os eleitores democratas. 

Obama disse também nesta terça-feira que a escolha de Biden em 2008 foi "uma das melhores decisões" que havia tomado. 

Em um raro posicionamento anterior, Obama havia dito aos eleitores democratas em novembro de 2019 que as eleições presidenciais seriam disputadas no centro. 

Os americanos não acreditam "que devamos destruir completamente o sistema e começar de novo", acrescentou, destacando que os Estados Unidos não são um país "revolucionário". 

Sem citar nomes, as palavras do ex-presidente pareciam evocar as de Sanders, partidário de uma "revolução" política. 

Mas em sua mensagem nesta terça, o ex-presidente por dois mandatos consecutivos também elogiou Sanders como um defensor de ideias progressistas e um candidato apaixonado, cuja energia e entusiasmo inspiraram milhões de jovens. 

"Neste momento, precisamos que os americanos de boa vontade se unam em um grande despertar contra uma política que com muita frequência se caracterizou pela corrupção, o descuido, o benefício pessoal, a desinformação, a ignorância e simplesmente a mesquinharia", disse Obama.  

"Para mudar isso, precisamos que os americanos de todas as tendências políticas se envolvam em nossa política e nossa vida pública como nunca antes". 

Para formalizar sua candidatura, Biden deve ser nomeado na convenção democrata prevista para 17 de agosto. 

- Relação especial -

Saiba Mais

O apoio de Obama ocorre em um momento em que as campanhas foram interrompidas pela pandemia do novo coronavírus. 

Em condições normais, ao anúncio se seguiria o aparecimento de Obama em um importante comício ao lado de Biden, com um grande destaque nacional e uma enxurrada de doações. Mas não está claro quando os encontros presenciais serão retomados, se o forem. 

Obama criou um vínculo especial com Biden durante os oito anos em que o ex-senador por Delaware foi seu vice-presidente e até lhe entregou a medalha presidencial da liberdade em janeiro de 2017.  

Mas até agora na corrida pela candidatura, o primeiro líder afro-americano da nação tinha se mantido à margem, sem intervir na disputa democrata. 

E embora aparentemente Obama não tivesse a intenção de interferir nas primárias até que houvesse um vencedor, o ex-vice-presidente disse que havia lhe pedido para não apoiá-lo quando lançou sua candidatura em abril de 2019.  

Já em 2016, Obama esperou a vitória de Hillary Clinton sobre Sanders para apoiar a candidata. 

No entanto, embora tenha se mantido neutro publicamente, Obama desempenhou um papel importante ao persuadir Sanders para encerrar sua campanha e apoiar Biden, segundo o jornal The New York Times.  

Apesar de seu silêncio, Binden, Sanders e outros candidatos lhe deram um papel de protagonista durante a campanha enquanto lutavam para obter vantagem antes de primárias chave. 

Em eventos e debates, Biden se esforçou por mostrar que se candidata como herdeiro de Obama, destacando habitualmente seus feitos e desempenho junto ao antigo chefe. Embora tivesse deixado claro desde o princípio que buscava uma candidatura por méritos próprios.

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