Correio Braziliense
postado em 15/04/2020 04:15
Termina hoje o prazo para que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e seu ex-rival Benny Gantz coloquem num ponto final na maior crise política de Israel e formem um governo de união. Segundo informaram interlocutores, está avançada. Inicialmente, Netanyahu e Gantz tinham até noite de segunda-feira para alcançarem um acordo, mas, diante do impasse, o presidente Reuven Rivlin concedeu mais 48 horas.
Israel contabiliza mais de 16 meses de governo de transição, com reviravoltas surpreendentes. A pandemia do novo coronavírus se tornou um motivo relevante para que as duas partes aparentemente concordem em deixar as diferenças de lado num movimento de “união nacional e de emergência”. Até o momento, Israel registrou cerca de 11 mil casos de contágio e 117 óbitos por Covid-19.
Ontem, Netanyahu e Gantz se reuniram com seus respectivos negociadores para anunciar a tão esperada formação de governo, no último dia da Pessach (a Páscoa judaica). No entanto, ao fim do dia não havia formalização do acordo na Cidade Santa. Ambas as partes resolveram fazer uma pausa até o fim da Páscoa.
Impasse
Gantz obteve o mandato para formar o próximo governo nas eleições legislativas de 2 de março, a terceira em menos de um ano e que, em tese, abriria, finalmente, um caminho para a solução da crise política. Para tentar o desbloqueio, ele renunciou, pelo menos a curto prazo, ao projeto de ser premiê e anunciou a intenção de formar um governo liderado pelo atual ocupante do cargo.
“Netanyahu, chegamos à hora da verdade. Os israelenses esperam que deixemos de lado nossas diferenças e trabalhemos juntos por eles (...). A história não nos perdoará se não formos bem-sucedidos”, declarou Benny Gantz, na noite de segunda-feira, em um discurso televisionado.
Em meio ao impasse, uma pergunta se sobressaía ontem nos meios de comunicação israelenses: Netanyahu realmente quer compartilhar o poder com a equipe de Gantz? O premiê, segundo analistas, pode provocar a quarta eleição, amparado em pesquisas de opinião que aprovam sua gestão da pandemia.
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