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Com as bênçãos de Obama

Antecessor de Donald Trump considera que Joe Biden, seu vice-presidente, reúne as qualidades políticas para derrotar o republicano e assumir a Casa Branca. Apoio é considerado um grande impulso para o político veterano, que vem unindo o partido em torno de sua candidatura

Correio Braziliense
postado em 15/04/2020 04:15
Obama e Biden na Casa Branca, em janeiro de 2017, quando o então presidente homenageou o auxiliar
 
Os democratas consolidam a união em torno da candidatura de Joe Biden à Casa Branca. Com o caminho pavimentado para o político veterano, ontem foi a vez de o ex-presidente Barack Obama declarar apoio a seu ex-vice, por considerá-lo com o perfil ideal para guiar os americanos nos próximos anos.  “Acho que Joe tem todas as qualidades de que precisamos em um presidente neste momento”, ressaltou Obama, em um vídeo de 12 minutos filmado em sua casa e publicado na internet.
 
“Joe tem o temperamento e a experiência para nos guiar através de um dos nossos tempos mais sombrios e nos curar com uma longa recuperação”, destacou o ex-presidente, acrescentando: “É por isso que estou orgulhoso em apoiar Joe Biden para se tornar presidente dos Estados Unidos.”
Mais de três anos depois de deixar a Casa Branca, Obama ainda é extremamente popular. O apoio do líder democrata é visto por analistas como um grande impulso para o candidato de 77 anos, que desafiará as aspirações de reeleição de Donald Trump depois da desistência de Bernie Sanders na semana passada — o senador declarou apoio a Biden anteontem.

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Joe Biden foi o braço direito de Obama nos oito anos (2009-2017) em que ele governou os EUA. O ex-vice-presidente enalteceu durante a campanha as boas relações com seu ex-chefe, um importante ativo entre os eleitores democratas. No vídeo divulgado ontem, Obama enfatizou que a escolha de Biden como vice, em 2008, foi  “uma das melhores decisões” que havia tomado.
 
Obama criou um vínculo especial com Biden durante os oito anos em que o ex-senador por Delaware foi seu vice-presidente e até lhe entregou a medalha presidencial da liberdade em janeiro de 2017.
 
Em novembro do ano passado, em raro posicionamento sobre candidatura democrata, Obama havia dito aos eleitores do partido que as eleições presidenciais seriam disputadas no centro. Na época, considerou que os americanos não acreditam que se devesse “destruir completamente o sistema e começar de novo”. Considerou ainda que os EUA não são um país “revolucionário”. O ex-presidente não citou nomes, mas suas declarações foram interpretadas como uma referência a Sanders, partidário de uma “revolução” política.
 
Na mensagem de ontem, porém, o ex-presidente, que governou o país por dois mandatos consecutivos, também elogiou o senador por Vermont como um defensor de ideias progressistas e um candidato apaixonado, cuja energia e entusiasmo inspiraram milhões de jovens.
 
“Neste momento, precisamos que os americanos de boa vontade se unam em um grande despertar contra uma política que com muita frequência se caracterizou pela corrupção, o descuido, o benefício pessoal, a desinformação, a ignorância e simplesmente a mesquinharia”, disse Obama.  “Para mudar isso, precisamos que os americanos de todas as tendências políticas se envolvam em nossa política e nossa vida pública como nunca antes”, receitou.
 
Embora tenha se mantido neutro publicamente, Obama desempenhou um papel importante ao persuadir Sanders para encerrar sua campanha e apoiar Biden, segundo o jornal The New York Times.
 
O apoio de Obama ocorre em um momento em que as campanhas foram interrompidas pela pandemia do novo coronavírus. Em uma situação normal, ao anúncio se seguiria o aparecimento de Obama em um importante comício ao lado de Biden, com um grande destaque nacional e uma enxurrada de doações. Mas não está claro quando os encontros presenciais serão retomados, se o forem. Para formalizar sua candidatura, Joe Biden deve ser nomeado na convenção democrata prevista para 17 de agosto.
 
"Joe tem o temperamento e a experiência para nos guiar através de um dos nossos tempos mais sombrios e nos curar com uma longa recuperação. É por isso que estou orgulhoso em apoiar Joe Biden para se tornar presidente dos Estados Unidos"
Barack Obama, ex-presidente dos EUA 


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