Mundo

Secretário-geral da ONU adverte contra redução de verba da OMS

O presidente americano, Donald Trump, anunciou a suspensão da contribuição dos EUA à OMS, denunciando a "má gestão" da entidade na pandemia

Correio Braziliense
postado em 15/04/2020 08:58
Secretário-geral da ONU, Antonio Guterres."Não é o momento de se reduzir o financiamento das operações da Organização Mundial de Saúde ou de qualquer outra instituição humanitária que combate o vírus", advertiu nesta terça-feira o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, após a decisão dos Estados Unidos de suspender sua contribuição à OMS.

"Minha convicção é que a Organização Mundial de Saúde deve ser apoiada porque é absolutamente essencial nos esforços do mundo para ganhar a guerra contra o covid-19", declarou Antonio Guterres.

Em sua crítica à decisão americana, Guterres admitiu que "os mesmo fatos podem ser interpretados de diferente maneira por entidades diferentes".

"Uma vez que virarmos a página desta epidemia finalmente, haverá tempo para se entender por completo como surgiu uma enfermidade deste tipo e sua propagação tão rápida no mundo".

"As lições aprendidas serão essenciais para se administrar eficazmente desafios similares (...) no futuro (...). Mas não é o momento (...) de se reduzir os recursos para as operações da OMS", em plena luta contra a pandemia.

"Como já disse, este é o momento de união da comunidade internacional com o objetivo de trabalhar juntos e solidariamente para deter o vírus e suas consequências perturbadoras", declarou Guterres.

O presidente americano, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira a suspensão da contribuição dos EUA à OMS, denunciando a "má gestão" da entidade na pandemia.

"Hoje, determino a suspensão do financiamento da Organização Mundial da Saúde enquanto se realiza um estudo para examinar o papel da OMS na má gestão e no encobrimento da pandemia do coronavírus".

Segundo Trump, a OMS impediu a transparência do surto e os Estados Unidos - o maior financiador do órgão sanitário da ONU, ao qual repassou 400 milhões de dólares no ano passado - agora "discutem o que fazer com todo esse dinheiro que é destinado à OMS".

"Com a pandemia da COVID-19, temos profundas preocupações se a generosidade dos Estados Unidos da América foi aproveitada da melhor maneira possível".

O ataque do presidente americano à OMS reflete sua crença de que a organização é tendenciosa em relação à China e conspirou para impedir que o principal rival econômico dos Estados Unidos revelasse mais sobre o desastre em curso.

O presidente americano diz que isso custou a outros países tempo crucial para preparar e adiar decisões para interromper as viagens internacionais.

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