Correio Braziliense
postado em 16/04/2020 04:14
Um dia depois de o presidente norte-americano, Donald Trump, paralisar o financiamento milionário à Organização Mundial da Saúde (OMS), a entidade reagiu de modo lacônico. “Lamentamos a decisão do presidente dos EUA de ordenar a suspensão do financiamento para a OMS”, declarou o diretor-geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus. “A nossa única preocupação é ajudar a salvar vidas e a acabar com a pandemia de Covid-19”, acrescentou. Por sua vez, António Guterres, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), disse que “não é hora de cortar fundos para as operações da OMS, ou de qualquer outra agência humanitária que luta contra o coronavírus”. De acordo com ele, sempre haverá tempo para estudar mais “como reagiram todos os envolvidos na crise”.
Donald Trump acusou a OMS de “má administração” e “ocultação” de informações no começo da pandemia, na China, em dezembro passado. O surto poderia ter sido contido “com pouquíssimas mortes” se a OMS tivesse avaliado objetivamente a situação na China, que Trump considera muito influente na organização. Os Estados Unidos doaram no ano passado US$ 400 milhões à OMS (cerca de R$ 2 bilhões). A perda desse financiamento é um enorme buraco nas finanças da organização.
Da União Europeia à China, vários países e organizações condenaram essa iniciativa de Washington. “Devemos trabalhar em estreita colaboração contra a Covid-19. Um dos melhores investimentos é fortalecer as Nações Unidas, em particular a OMS”, destacou o chefe da diplomacia alemã, Heiko MaaMaas, enquanto a Rússia denunciou “uma atitude muito egoísta” por parte de Washington. O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, “lamenta profundamente” a decisão dos EUA, dizendo que os esforços da OMS “são mais necessários do que nunca para ajudar a conter e reduzir a pandemia”. “É apenas unindo forças que podemos superar essa crise sem fronteiras”, acrescentou.
A China expressou “profunda preocupação”, afirmando que a medida “enfraqueceria a capacidade da Organização Mundial da Saúde e minaria a cooperação internacional”. O porta-voz da diplomacia chinesa Zhao Lijian pediu aos Estados Unidos que “assumam seriamente suas responsabilidades e obrigações e apoiem ações internacionais contra a epidemia lideradas pela OMS”.
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