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Austrália quer obrigar Google e Facebook a pagarem por conteúdo de notícias

O objetivo é proteger os meios de comunicação tradicionais frente à concorrência dos gigantes tecnológicos

Correio Braziliense
postado em 20/04/2020 10:30
Aplicativos do Facebook e da Google no celular.A Austrália anunciou, nesta segunda-feira (20/4), que obrigará Google e Facebook a pagarem as empresas de notícias pelo conteúdo produzido, para proteger os meios de comunicação tradicionais frente à concorrência dos gigantes tecnológicos.

O ministro das Finanças, Josh Frydenberg, afirmou que, em julho, será divulgado um código de conduta que obrigará as empresas a pagarem os veículos de comunicação australianos pelo uso de suas notícias e por outros conteúdos.

"O que queremos é uma igualdade de condições", declarou ao Channel 7.

Este anúncio surge poucas semanas depois de a autoridade responsável pela concorrência na França ter ordenado o Google a negociar com os meios de comunicação a remuneração por usar fragmentos de conteúdo.

Google e Facebook tiveram um grande impacto na imprensa australiana, onde o número de jornalistas da imprensa escrita e de meios digitais caiu mais de 20% desde 2014. O motivo: a receita com publicidade digital foi captada em massa pelos dois gigantes tecnológicos.

A nova regulação será adotada após uma investigação de 18 meses sobre o poder das plataformas digitais, feita pela Comissão Australiana de Concorrência e Consumo (ACCC). O órgão recomendou uma revisão das normas existentes.

Frydenberg disse que o governo  vai impor as medidas, porque as negociações sobre um código voluntário não deram resultado. Outro fator é o impacto da pandemia do coronavírus na receita publicitária, o que acelerou a necessidade de agir.

Uma medida similar na Espanha fez o Google fechar seu serviço de notícias no país em 2014. A companhia ameaçou tomar a mesma medida em resposta às novas leis francesas.

"Trabalhamos por muitos anos para nos tornarmos um parceiro colaborativo do setor de notícias, ajudando-os a expandir seus negócios por meio de anúncios e serviços de assinatura, e a aumentar o público-alvo, gerando tráfego para seus sites. Desde fevereiro, contamos com mais de 25 empresas jornalísticas australianas contribuindo com um código voluntário e trabalhamos com o cronograma e o processo estabelecidos pela Comissão Australiana da Concorrência e do Consumidor (ACCC). Procuramos trabalhar de modo construtivo com a indústria, a ACCC e o governo para desenvolver um Código de Conduta, e continuaremos a fazê-lo durante o processo de revisão estabelecido hoje pelo governo", informou a assessoria de imprensa do Google no Brasil.

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