Em meio à enxurrada de especulações sobre o estado de saúde do líder norte-coreano, Kim Jong-un, Seul minimizou a informação de que ele correria risco de vida após ser submetido a uma cirurgia cardíaca, notícia divulgada pelo site Daily NK. “Não temos nada a confirmar e nenhum movimento específico foi detectado na Coreia do Norte”, ressaltou um comunicado da presidência sul-coreana.
Na noite de segunda, o Daily NK, meio de comunicação digital administrado principalmente por desertores norte-coreanos, informou que Kim Jong-un foi operado em abril em decorrência de problemas cardiovasculares. Desde então, ele estaria se recuperando em uma mansão na província de Phyongan do Norte e enfrentando complicações após o procedimento cirúrgico.
“Fumo em excesso, obesidade e sedentarismo levaram ao tratamento cardiovascular urgente de Kim”, divulgou o site, citando uma fonte norte-coreana não identificada.
Reforçando as suspeitas, a CNN reportou que Washington está “estudando relatórios” segundo os quais Kim Jong-un estaria “em estado grave após a cirurgia”. O canal de notícias americano citou um alto funcionário dos Estados Unidos, mas não informou qual a origem dos documentos que estão sendo avaliados. Em entrevista ao canal Fox New, Robert O’Brien, conselheiro de Segurança Nacional do presidente dos EUA, disse que o país está “monitorando essas reportagens muito atentamente”, mas não deu detalhes sobre os procedimentos adotados.
Autoridades de Seul, porém, questionam as informações divulgadas. Citando declarações de um alto funcionário de Seul que não teve a identidade revelada, a agência de imprensa sul-coreana Yonhap informou que as notícias de que Kim estaria gravemente doente “não são verdadeiras”. Ao relatar os despachos de rotina de ontem, a KCNA, agência de notícias estatal norte-coreana, não informou onde e como está Kim, mas informou que ele enviou presentes de aniversário a cidadãos proeminentes.
Fora das fotos
A última aparição pública do norte-coreano registrada em fotos oficiais é de 11 de abril, quando ele presidiu uma reunião do gabinete político do partido. A cirurgia, segundo o Daily NK, teria ocorrido um dia depois. A ausência de Kim, na semana passada, em um dos mais importantes eventos nacionais aumenta as dúvidas quanto à saúde dele. Em 15 de abril, Pyongyang comemora o aniversário de nascimento do fundador do regime, Kim Il Sung, avô de Kim, que não aparece em nenhuma das fotografias divulgadas pela imprensa oficial.
Não é a primeira vez que a ausência de Kim gera especulações sobre a sua saúde. Em 2014, ele não foi visto por seis semanas e reapareceu usando uma bengala. Na época, serviços de inteligência sul-coreanos citados pela agência Yonhap informaram que o líder norte-coreano havia sido operado para remover um cisto do tornozelo. O Ministério da Unificação da Coreia do Sul, que lida com questões intercoreanas, e o Ministério da Defesa se recusaram a comentar o ocorrido.
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