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Violência recorde, apesar da quarentena

Em plena pandemia do novo coronavírus, balanço oficial mostra que número de homicídios aumentou no mês passado e é o maior registrado no país desde julho de 2018

Correio Braziliense
postado em 25/04/2020 04:06
Trabalhadores preparam covas em cemitério na cidade de Guadalajara: mais de mil óbitos por Covid-19

 

Nem a pandemia do novo coronavírus aliviou a violência no México. Ao contrário. De acordo com levantamento divulgado ontem, país registrou, no mês passado, a maior taxa de homicídios em quase dois anos. Os assassinatos aumentaram 8,4% em relação a fevereiro, somando 3 mil vítimas. Foram 78 casos de feminicídio a mais do que no mês anterior, o número mais alto verificado até agora no governo do esquerdista Andrés Manuel López Obrador.

 

Em fevereiro, o país contabilizou 2.766 assassinatos e 92 feminicídios, de acordo com as estatísticas oficiais. Desde 23 de março, os mexicanos estão em uma quarentena nacional não obrigatória, estabelecida pelo governo, para combater a propagação do novo coronavírus.

 

“É a tendência histórica do mês passado, tivemos um pequeno aumento que chega a 3 mil (homicídios dolosos). No entanto, podemos dizer que estamos praticamente na linha de contenção”, disse o secretário de Segurança Alfonso Durazo, durante a coletiva de imprensa matinal concedida por López Obrador.

Os números divulgados ontem  representam um novo máximo no período de 20 meses, comparado aos 3.074 homicídios dolosos e 84 feminicídios registrados em julho de 2018, durante o governo do ex-presidente Enrique Peña Nieto (2012-2018).

 

Avanço

 

O México excedeu mil mortes por Covid-19 e superou 11,6 mil casos confirmados de contágio, que avança no país em ritmo acelerado. Foram 99 óbitos entre quarta e quinta-feira. “Estamos na fase de rápido aumento do número diário de casos e continuaremos a ter mais e mais casos de doenças, de pessoas que necessitam de hospitalização e pessoas gravemente doentes, até atingirmos o pico desta epidemia”, afirmou Hugo López-Gatell, subsecretário de Saúde.

 

No início da semana, as autoridades mexicanas elevaram o nível de alerta para um aumento acelerado de infecções pelo coronavírus, em meio a temores de uma saturação do sistema hospitalar. Estima-se que o pico de contágios aconteça entre 8 e 10 de maio.

 

Para evitar o colapso nos hospitais, o governo federal suspendeu todas as atividades não essenciais até 30 de maio e instou a população a ficar em casa, embora não tenha solicitado quarentena obrigatória.

 

Nos EUA

 

Ontem, o governo mexicano informou que, até o momento, houve 529 mexicanos mortos por coronavírus nos Estados Unidos, em sua maioria em Nova York (417), o estado mais afetado pela doença. “O consulado americano mantém um contato próximo com as famílias das pessoas afetadas pela Covid-19 nesse país”, destacou a chancelaria.

 

Nos Estados Unidos vivem pouco mais de 12 milhões de pessoas nascidas no México, e cerca de 26 milhões de segunda ou terceira geração, ou seja, com ambos os pais nascidos em território mexicano. O país é o mais afetado pela Covid-19, com 50.031 mortes e 870 mil casos confirmados 

 

 

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