Nova Iorque prepara retomada

Correio Braziliense

postado em 27/04/2020 04:14

Nova Iorque começa a se preparar para sair da quarentena. Autoridades do estado americano mais castigado pela pandemia de Covid-19 anunciaram ontem que algumas atividades manufatureiras e do setor da construção poderão ser reativadas a partir do próximo dia 15. Depois, será preciso aguardar um mínimo de duas semanas para a reabertura de outras empresas ou escritórios.

O governador do estado, Andrew Cuomo, explicou que a retomada de atividades industriais e de construção constitui a primeira fase do plano de reativação da economia. Segundo ele, uma saída em larga escala do confinamento só será possível com a reabertura das escolas, o que permitirá que os pais voltem a trabalhar. Não há, porém, uma data para a volta de funcionamento das instituições de ensino.

Cuomo avalia também a possibilidade de reativar eventos esportivos, mas com portões fechados. “Queremos que o esporte seja reiniciado para que haja atividades que as pessoas possam assistir pela televisão”, justificou. De acordo com o governador, o reinício das atividades está condicionado a uma esperada redução das internações hospitalares em 15 de maio.

Desinfetantes

A pandemia é responsável por 16.966 mortes no estado — em todo o país, são cerca de 55 mil. Já sobrecarregado, nos últimos dias, o sistema de saúde passou a enfrentar um aumento nas chamadas de emergência relacionado à ingestão de desinfetantes. Acredita-se que o fenômeno esteja ligado a uma declaração feita pelo presidente Donald Trump de que o produto poderia “derrubar o coronavírus em um minuto, e de que “pode existir uma maneira de fazer algo desse tipo por dentro, com uma injeção, ou quase como uma limpeza.”

Segundo a rede de televisão NBC, 18 horas após a fala do presidente, o centro de controle de envenenamento da cidade de Nova Iorque recebeu 30 ligações relacionadas ao consumo de produtos de limpeza, um número muito mais alto do que os casos registrados normalmente. No mesmo período do ano passado, foram 13 casos. Por conta da repercussão gerada pela declaração polêmica, Trump decidiu suspender os briefings diários sobre o novo coronavírus.