O respaldo foi anunciado durante uma videoconferência, sem meias-palavras. “Eu quero somar a minha voz às muitas que têm te apoiado para ser nosso presidente”, declarou a ex-secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton, na reunião virtual com Joe Biden, 77 anos, potencial candidato democrata à Casa Branca. Ela afirmou que o ex-vice-presidente de Barack Obama é o tipo de “líder” do qual os Estados Unidos necessitam durante a crise do novo coronavírus. “Eu queria que você fosse o presidente neste momento”, disse Hillary, que concorreu e perdeu para o republicano Donald Trump, em 2016.
“Joe Biden se preparou para esse momento a vida inteira. Tive o privilégio de trabalhar com ele. Este é um momento em que precisamos de um líder, um presidente, como Joe Biden”, acrescentou. Ela elogiou a carreira do colega democrata e enfatizou como seria diferente passar por uma crise como uma pandemia com um presidente que “ouve os fatos científicos”. “Pense no que significaria se tivéssemos um presidente verdadeiro, não apenas alguém que interpreta um na tevê”, sugeriu.
No último dia 14, o próprio Obama tinha declarado apoio ao ex-vice. “Acho que Joe tem todas as qualidades de que precisamos em um presidente neste momento. Joe tem o temperamento e a experiência para nos guiar através de um dos nossos tempos mais sombrios e nos curar com uma longa recuperação”, afirmou, na ocasião.
Em seu perfil no Twitter, Biden comentou a decisão de Hillary. “Conheço Hillary Clinton há anos, e sei que sua dedicação e paixão por melhorar o nosso país são inigualáveis. Sou grato por seu apoio e por sua amizade — e estou ansioso para trabalhar ao lado dela para tirar Donald Trump da Casa Branca”, escreveu.
Na segunda-feira, Biden também ganhou a preferência de Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes. Ela enfatizou que, durante a emergência do novo coronavírus, o candidato “era uma voz da razão e da resiliência com uma estratégia clara” para sair da crise. A pandemia forçou a suspensão da campanha, e a presença de Biden tem se limitado a declarações virtuais feitas a partir de um estúdio de televisão instalado no porão de sua casa e a manifestações nas redes sociais.
Escândalo
Biden não será oficialmente nomeado até a convenção nacional do Partido Democrata, adiada para agosto por causa da pandemia do novo coronavírus. Além do aval de Obama, Biden também obteve o apoio de adversários nas prévias do partido, como os senadores Bernie Sanders e Elizabeth Warren. O aval de Hillary é manifestado no momento em que a campanha do democrata enfrenta alegações de abuso sexual por uma funcionária de seu gabinete, quando Biden foi senador, na década de 1990.
Tara Reade afirmou, em um podcast transmitido em março, que o então senador a assediava e agredia sexualmente. Vários meios de comunicação americanos relataram o caso, que a equipe de campanha de Biden negou. Há um ano, Reade fazia parte de um grupo de mulheres que acusavam Biden de comportamento inapropriado e desrespeitoso em relação a elas, mas depois não mencionaram o ataque.
"Quero somar a minha voz às muitas que têm te apoiado para ser nosso presidente”
Hillary Clinton, ex-secretária de Estado dos EUA, em reunião virtual com Joe Biden
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