Antes de apresentar, nesta semana, seu plano de desconfinamento para o Reino Unido, Boris Johnson declarou-se neste domingo (3/5) determinado a combater o novo coronavírus, após sofrer com a doença, um "momento difícil", em que seus médicos contemplaram a possiblidade de morte do premier britânico.
Com mais de 28 mil mortes registradas, o Reino Unido é o segundo país europeu com mais vítimas fatais da doença, atrás da Itália.
Em entrevista ao tabloide "The Sun on Sunday", Boris Johnson, 55, relatou com detalhes sua experiência com a doença e se declarou "movido pelo desejo de recolocar o país de pé", após ser internado em uma unidade de cuidados intensivos.
"Foi um momento difícil, não vou negar. Os médicos tinham uma estratégia para lidar com um cenário do tipo morte de Stalin. Os médicos tinham todo tipo de preparativo sobre o que fazer se as coisas saíssem mal", disse Johnson.
O premier britânico anunciou em 27 de março que havia contraído a doença e disse ter sintomas leves. Em 5 de abril, foi levado ao hospital para ser testado e, em 24 horas, transferido para a UTI.
Johnson disse que ficou "em negação" sobre a gravidade do seu estado de saúde. "Os médicos tinham razão ao me obrigarem" a ir para o hospital, reconheceu. Ele disse ter se dado conta de sua situação quando a equipe considerou intubá-lo.
O líder do Partido Conservador passou três dias recebendo oxigênio e teve alta em 12 de abril. Ele contou ao tabloide que nunca achou que fosse morrer, mas que se sentiu frustrado porque não melhorava. Emocionado, classificou sua cura de "algo extraordinário".
O premier retornou ao trabalho na última segunda-feira, dois dias antes de seu filho nascer. O terceiro nome da criança, Nicholas, é uma homenagem a dois dos médicos que atenderam Johnson.
O premier deve anunciar esta semana um plano para aliviar as restrições no país, em vigor desde 23 de março e que vão até 7 de maio. A população só pode sair para ir ao mercado, ao médico ou fazer exercício uma vez ao dia.
Autoridades temem que a flexibilização do confinamento leve a um aumento do número de infecções. Uma das ideias estudadas é colocar em quarentena viajantes que chegarem do exterior.
"É importante garantir que o sacrifício que pedimos aos britânicos, como o distanciamento social, também seja feito por quem chegar a este país", disse à rede BBC o ministro dos Transportes, Grant Shapps.
Ante o futuro desconfinamento, o governo prevê contratar 18 mil pessoas até meados de maio para consolidar sua estratégia de realizar testes e o acompanhamento de pessoas infectadas.
Segundo uma pesquisa Opinium feita hoje para o jornal "The Observer", 67% dos britânicos consideram prematuro reabrir escolas, restaurantes e estádios.
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