Correio Braziliense
postado em 04/05/2020 04:14
O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, reforçou, ontem, a campanha para responsabilizar a China pelo novo coronavírus. De acordo com ele, o surto teve origem em um laboratório de Wuhan, cidade onde começou a pandemia. “Há uma enorme quantidade de provas de que foi ali que teve início”, disse à rede ABC, sem comentar se acredita que o vírus tenha sido solto intencionalmente. O Instituto de Virologia de Wuhan afirma ser impossível que a pandemia tenha surgido a partir de uma falha em suas instalações.
O presidente Donald Trump criticou, em diferentes ocasiões, o papel do gigante asiático na pandemia. Segundo ele, Pequim reteve informações importantes sobre o surto, exigindo que o governo chinês seja considerado “responsável”.
As primeiras versões colocam o início da pandemia em um mercado de Wuhan que vende animais exóticos, como morcegos, mas Washington agora diz que a epidemia se originou em um laboratório de pesquisa de vírus nas proximidades.
Pompeo declarou à ABC que compactuava com uma declaração da Inteligência americana na quinta-feira, que disse concordar “com o amplo consenso científico de que o vírus da Covid-19 não foi criado pelo homem nem geneticamente modificado”. Ele foi além de Trump, porém, citando “enormes” evidências de que o vírus se espalhou do laboratório de Wuhan. “Acho que todos podem ver isso agora. Lembre-se: a China tem uma história de infectar o mundo, de administrar laboratórios de baixa qualidade”, afirmou.
O chefe da diplomacia disse que a China tentou, inicialmente, minimizar o coronavírus com “um esforço clássico de desinformação comunista (e) que criou um risco enorme”. “O presidente Trump é muito claro: faremos os responsáveis prestarem contas disso”, concluiu.
As declarações de Pompeo são feitas no momento em que o jornal australiano The Saturday Telegraph informa que a China suprimiu ou destruiu deliberadamente provas sobre o surto, em um “ataque à transparência internacional” que custou dezenas de milhares de vidas.
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