Correio Braziliense
postado em 04/05/2020 09:34
O primeiro-ministro japonês Shinzo Abe prorrogou nesta segunda-feira (4/5) até o fim de maio o estado de emergência no país pela pandemia de coronavírus, depois que autoridades governamentais advertiram que era muito cedo para flexibilizar as restrições.
"Vou estender até 31 de maio o período do estado de emergência que declarei em 7 de abril. A área coberta inclui todos os municípios do país", anunciou Abe após uma reunião para examinar a medida.
Em 7 de abril, o primeiro-ministro japonês instaurou o estado de emergência em Tóquio e seis regiões do país. Alguns dias depois, a medida foi ampliada para toda nação.
O ministro responsável pela luta contra a epidemia, Yasutoshi Nishimura, afirmou que é muito cedo para anunciar o fim da medida.
"O número de novos casos diminuiu, mas infelizmente não alcançou os níveis necessários", declarou Nishimura durante uma reunião de um grupo de especialistas que aconselha o governo.
"O setor da saúde está sob pressão, precisamos da cooperação da população", completou.
O primeiro-ministro deixou a porta aberta para que o estado de emergência termine antes do fim de maio, após uma revisão da situação prevista para o dia 14 em todas as regiões.
O estado de emergência no Japão é menos exigente que em alguns países da Europa e em algumas regiões dos Estados Unidos.
A medida permite ao governo estimular os habitantes a permanecer confinados e a fechar estabelecimentos comerciais. Ao mesmo tempo, não permite que as autoridades adotem restrições à circulação de pessoas e não prevê nenhuma sanção.
O Japão, com 126 milhões de habitantes, registra desde o início da pandemia mais de 15 mil paciente da Covid-19, com 510 mortos.
As associações de médicos alertam que os hospitais podem entrar em colapso em breve com o avanço da pandemia.
O número de leitos de UTI no Japão é de 6.500, cinco para cada 100 mil habitantes, menos da metade da taxa na Itália, afirmou a Sociedade Japonesa de Medicina Intensiva.
O governo anunciou medidas para aliviar a pressão sobre o sistema de saúde, como a instalação em hotéis de pacientes que sofrem sintomas leves pelo coronavírus.
As autoridades também anunciaram o aumento da capacidade de testes, mas continua sendo criticado pelo número relativamente baixo de exames de detecção, especialmente pelos critérios restritivos que adota.
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