Frieden afirmou ainda que o governo deve se preparar melhor para superar uma doença que devastou os Estados Unidos e grande parte do mundo.
"Até que tenhamos uma vacina eficaz, a menos que algo inesperado aconteça, nosso inimigo viral estará conosco por muitos meses, ou anos", disse Frieden a um painel da Câmara de Representantes (Deputados) na primeira audiência no Congresso sobre a resposta federal à pandemia.
"Estamos apenas no começo", advertiu Frieden, que liderou a resposta dos Estados Unidos ao surto de Ebola em 2014 e lidera a iniciativa internacional de saúde "Resolve to Save Lives".
Frieden advertiu que o número de mortes chegará a 100.000 até o final de maio, principalmente se a resposta não for substancialmente fortalecida.
"O ponto principal é que nossa guerra contra a COVID-19 será longa e difícil", resumiu Frieden.
No momento em que muitos americanos estão ansiosos para voltar ao normal, e alguns estados estão reabrindo suas economias, o especialista recomendou cautela e pediu que mais fundos sejam investidos para ampliar o alcance dos testes de coronavírus, aumentar o rastreamento de contatos infectados e aumentar a capacidade de atendimento da saúde pública.
Saiba Mais
O Congresso já está negociando a próxima fase do financiamento federal, depois de aprovar US$ 3 trilhões, o que caracteriza uma ajuda sem precedentes no país para combater o coronavírus e amenizar os efeitos devastadores da paralisia econômica.
O caminho a seguir ainda não está claro, porém, em meio às diferentes posições de democratas e republicanos.
O epidemiologista e conselheiro da Casa Branca nesta pandemia, Anthony Fauci, testemunhará perante o Senado na próxima semana. Foi impedido pelo presidente Donald Trump de comparecer à Câmara, liderada pelos democratas.
País mais atingido do mundo pelo coronavírus, os Estados Unidos registram até o momento 1,2 milhão de casos de contágio confirmados, com mais de 71.000 mortes.
De acordo com boletim de terça-feira (5) à noite divulgado pela Universidade Johns Hopkins, os Estados Unidos haviam registrado 2.333 novos óbitos por coronavírus nas últimas 24 horas, mais do que o dobro da véspera.
Apesar desses números, a Casa Branca passou os últimos dias concentrando seu discurso na defesa do fim do confinamento no país.