Correio Braziliense
postado em 08/05/2020 04:05
Até o fechamento desta edição, 24.623 suecos tinham sido infectados pelo novo coronavírus; os mortos chegavam a 3.040. Com mais de 10,3 milhões de habitantes, a Suécia não decretou medidas restritivas de confinamento ou de distanciamento social. Apesar de o sistema de saúde ainda ter condições de absorver a demanda provocada pela pandemia, a disparada do número de casos derrubou o mito de um país que conseguia controlar a pandemia sem ações extremas. “As curvas mostram que, em grande medida, conseguimos manter a doença dentro do limite que pode ser administrado pelo serviço de saúde”, afirmou o epidemiologista Anders Tegnell.
A Suécia se recusou a determinar o confinamento da população por considerar que as medidas drásticas não são eficazes. O governo proíbe apenas as reuniões com mais de 50 pessoas, assim como as visitas às casas de repouso, e pede “responsabilidade” aos cidadãos para que sigam as recomendações sanitárias.
Atendente em uma clínica psiquiátrica de Bollnäs (cidade de 30 mil habitantes a 242km de Estocolmo), Richard Winbergh contou ao Correio que um de seus amigos teve covid-19. “Está claro que a doença saiu das principais cidades e bate à nossa porta agora. Acabamos de receber as recomendações de lavar as mãos e manter distância de 1,8m”, afirmou. “O governo deveria ter aconselhado a população sobre o que fazer. Especialistas do mundo inteiro não podem estar errados. Nos asilos, funcionários não usam máscaras. Por aqui, as autoridades dizem que crianças não transmitem o vírus quando todos os especialistas dizem o contrário. Por isso, meus filhos estão fora da escola.”
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