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ONU alerta contra onda de ódio

Secretário-geral, António Guterres, atribui à pandemia da covid-19 a escalada de xenofobia e adverte sobre o fomento do medo, além de citar imigrantes e idosos como os mais vulneráveis. Discurso ocorre no 75º aniversário da derrota do nazismo

Correio Braziliense
postado em 09/05/2020 04:05
Secretário-geral, António Guterres, atribui à pandemia da covid-19 a escalada de xenofobia e adverte sobre o fomento do medo, além de citar imigrantes e idosos como os mais vulneráveis. Discurso ocorre no 75º aniversário da derrota do nazismo

 

No 75º aniversário da rendição da Alemanha nazista, que abriu caminho para o fim da Segunda Guerra Mundial, a Organização das Nações Unidas (ONU) denunciou, ontem, que a pandemia do novo coronavírus provocou uma “onda de ódio e de xenofobia”. Com mais de 272,7 mil mortos, metade da população confinada e a economia estagnada, o secretário-geral António Guterres disse que o discurso de ódio segue “buscando bodes expiatórios e fomentando o medo”. “O sentimento contra o estrangeiro aumentou na internet e nas ruas. As teorias conspiratórias antissemitas se espalharam, e houve ataques contra muçulmanos em relação à covid-19”, comentou.

 

Mais de quatro meses depois do surgimento, na China, a doença também levou o governo dos Estados Unidos a acusar as autoridades de Pequim de responsabilidade e de terem criado o vírus em um laboratório governamental de Wuhan, metrópole situada na província de Hubei, região central da China. Em vários países, chineses e asiáticos passaram a ser alvos de discriminação.

 

O chefe das Nações Unidas condenou, ainda, que se tenha “vilipendiado os migrantes e refugiados como fonte do vírus”. Guterres mencionou, também, a difusão de memes “depreciativos”, os quais sugerem que os idosos — entre as populações mais vulneráveis ao novo coronavírus — também são os mais prescindíveis. “Os jornalistas, os denunciantes de irregularidades, os profissionais da saúde, os trabalhadores humanitários e os defensores dos direitos humanos estão sendo atacados pelos simples fato de fazerem seu trabalho”, afirmou. Diante disso, pediu “que não se poupem esforços para erradicar o discurso do ódio em todo mundo”.

 

Guterres lançou às instituições de ensino um chamado à alfabetização digital e pediu aos veículos de comunicação, particularmente às empresas de mídias sociais, “que façam muito mais para apontar e elimina

 

 

 

Estados Unidos barram votação do Conselho de Segurança sobre cessar-fogo 

Os Estados Unidos impediram a votação no Conselho de Segurança da ONU de um texto que pedia o cessar-fogo em áreas em conflito durante a pandemia do novo coronavírus, aparentemente por causa de uma menção implícita à Organização Mundial da Saúde (OMS). A resolução, negociada desde março e sugerida pela Tunísia e pela França, exigia uma “coordenação reforçada” entre os membros da ONU e ressaltava “a necessidade urgente” de apoiar as entidades do sistema das Nações Unidas, incluindo “as agências de saúde especializadas”. O secretário-geral da ONU, António Guterres, pede, há mais de um mês, um cessar-fogo mundial, solicitando que todas as partes envolvidas nos conflitos baixem as armas. Em meio a temor da disseminação da covid-19, os sírios celebraram, ontem, em Atareb, um enclave árabe de Aleppo (foto), a refeição que marca o fim do jejum no mês do Ramadã. 

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