Mundo

A outra face de Genebra



A pandemia do novo coronavírus evidenciou um lado desconhecido de Genebra, a segunda cidade mais cara do mundo, famosa por seus bancos, relógios de luxo e lojas de grife. Ontem, milhares de pessoas fizeram fila para receber comida de graça, um reflexo do impacto da covid-19 sobre as camadas mais pobres da população, normalmente invisíveis.

A fila começou a se formar às 5h, em frente ao Estádio de Hóquei Vernets e chegou a 1,5km de extensão. Promovida pela associação Caravana da Solidariedade, a distribuição de alimentos começou quatro horas depois. A maioria das pessoas usava máscaras e mantinha distância de dois metros umas das outras.

Foi a sexta distribuição de alimentos organizada pela associação na cidade suíça desde o início da crise sanitária. A cada vez, a entrega de alimentos atrai mais gente. Segundo o instituto de estatística suíço, cerca de 8% da população (em torno de 660 mil pessoas) são consideradas pobres.

Para conter a propagação do novo coronavírus, o governo suíço determinou uma série de medidas emergenciais em meados de março, como o fechamento de restaurantes e a maioria das empresas. Até agora, o país registrou cerca de 30 mil casos da doença e mais de 1,5 mil mortes no país.