Todos os 8 milhões de habitantes de Santiago, capital do Chile, ficarão sob isolamento compulsório (lockdown) a partir de amanhã. As autoridades chilenas decretaram a medida, ontem, depois de um aumento de 60% dos novos casos de coronavírus nas últimas 24 horas em todo o território nacional. Até o fechamento desta edição, o Chile contabilizava 34.381 casos de infecção pelo novo coronavírus e 346 mortes. “A medida mais severa que devo anunciar é uma quarentena total na Grande Santiago, onde se concentram mais de 80% dos infectados do país”, disse o ministro da Saúde, Jaime Mañalich.
As novas medidas respondem a um recorde de 2.660 novos casos de coronavírus e 11 óbitos nas últimas 24 horas. A quarentena abrange comunas da capital onde o confinamento obrigatório tinha sido suspenso nas últimas semanas. Até agora, o Chile havia optado por uma estratégia de quarentenas dinâmicas ou seletivas, em vez de fechar as cidades por completo. O aumento das infecções, especialmente em Santiago, nos últimos 10 dias, levou as autoridades do país a decretarem o inédito fechamento completo da capital chilena.
As cidades de Iquique e Alto Hospicio, no norte do país, e as pessoas com mais de 75 anos de idade em todo o Chile, também receberam ordens de quarentena obrigatória. O endurecimento das restrições implica que as pessoas não poderão sair de suas casas, exceto para comprar comida ou medicamentos, mediante permissão. “Nós trabalhamos para proteger a saúde e a vida de nossos compatriotas. Por isso, a partir das 22h de 15 de maio e durante sete dias, entrarão em vigência quarentena na região metropolitana e outras medidas necessárias para controlar a propagação da pandemia. Precisamos de sua colaboração”, afirmou, por meio do Twitter, o presidente chileno, Sebastián Piñera.
Os contágios começaram a crescer no Chile no começo de maio, quando o governo de Piñera começou a propor uma estratégia de “nova normalidade” e um “retorno seguro”, depois de celebrar ter atingido um “platô” de infecções, com uma taxa diária que por mais de uma semana variou entre 400 e 500 casos, em média. Além disso, as autoridades anunciaram a realização de cerca de 12 mil testes diários de diagnóstico PCR — uma média considerada alta para um país de quase 18 milhões de habitantes. No entanto, na semana passada, o tom das autoridades de saúde mudou, dando o início às discussões sobre a “luta de Santiago”.
“O mês de maio está sendo muito difícil para o nosso país e temos que tomar as medidas apropriadas no momento certo para acabar com esta doença”, acrescentou o ministro Mañalich, que descartou o colapso na rede de saúde no momento. Ele garantiu que a letalidade por coronavírus no Chile continua baixa. De acordo com as autoridades chilenas, até ontem, a rede de saúde — que inclui serviços públicos e privados — contava com 553 respiradores mecânicos disponíveis e novas unidades seriam adicionadas nos próximos dias.
"O mês de maio está sendo muito difícil para o nosso país e temos que tomar as medidas apropriadas no momento certo para
acabar com esta doença”
Jaime Mañalich, ministro da Saúde do Chile
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