Correio Braziliense
postado em 15/05/2020 10:52
O negociador americano para o Afeganistão atribuiu ao grupo extremista Estado Islâmico (EI) o atentado que deixou 24 mortos na terça-feira em Cabul e pediu ao governo afegão e aos talibãs que mantenham o frágil processo de paz no país.
Zalmay Khalilzad afirmou que o EI em Khosaran, braço afegão do grupo extremista, foi responsável pelo ataque à maternidade, no qual morreram vários recém-nascidos, e também de um atentado cometido no mesmo dia durante um funeral no leste do país, que matou 32 pessoas.
O EI havia reivindicado o ataque ao funeral, mas não o da maternidade. Os talibãs, por sua vez, negaram qualquer responsabilidade nos ataques.
O grupo Estado Islâmico "se opõe a um acordo de paz entre a república islâmica do Afeganistão e os talibãs e tenta incentivar uma guerra sectária como no Iraque e na Síria", escreveu Khalilzad no Twitter.
"Ao invés de cair na armadilha do EI e atrasar o processo de paz ou criar obstáculos, os afegãos devem esmagar essa ameaça juntos e seguir adiante com a oportunidade histórica de (alcançar) a paz", prosseguiu.
Cinco civis morreram nesta quinta em um ataque dos talibãs a um edifício do Exército afegão em Gardez (leste), dois dias depois de Cabul anunciar a retomada de sua ofensiva contra os insurgentes.
Desde a assinatura de um acordo histórico entre Washington e os talibãs, com vistas à retirada das tropas estrangeiras do Afeganistão, os insurgentes intensificaram sua ofensiva contra as forças afegãs.
Também recusaram várias solicitações de cessar-fogo por parte de Cabul e de atores internacionais.
As forças afegãs tinham se limitado durante semanas simplesmente a se defender dos ataques dos talibãs para dar uma oportunidade às negociações de paz.
Mas depois de declarar que os talibãs e o EI eram responsáveis pelos dois ataques, o presidente ordenou às forças afegãs "retomar suas operações contra o inimigo".
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