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Lockdown muda a face de Santiago

Com 7 milhões de habitantes, a capital do Chile se transforma, na "megaquarentena" imposta pelo governo depois do aumento de casos da covid-19. Hospitais começam a sofrer sobrecarga

Correio Braziliense
postado em 17/05/2020 04:20
Avenida da metrópole chilena praticamente vazia: mais de 14 mil policiais abordam as pessoas nas ruas

Santiago, uma metrópole de 7 milhões de habitantes, começou a viver, ontem, uma “megaquarentena” imposta depois de um aumento abrupto de casos de infecção e de mortes provocadas pelo novo coronavírus na semana passada. Com ruas quase vazias e um maior controle policial, o panorama na capital do Chile mudou de forma drástica. De acordo com as autoridades, que há dois meses evitavam confinar completamente a cidade, as atividades normais para uma manhã de sábado diminuíram em 85% em Santiago.

“Temos quarteirões e mais quarteirões completamente vazios, e a gente entende que este é um bom começo”, disse à imprensa o ministro da Saúde, Jaime Mañalich, no aeroporto de Santiago, após fazer um sobrevoo por todas as comunas da cidade, postas em confinamento obrigatório desde as 22h locais de sexta-feira (23h em Brasília).

A medida drástica foi adotada na semana em que os casos de coronavírus dispararam, dobrando em apenas dez dias. Ontem, o  Chile tinha registrado 41.428 casos de infecção pelo novo coronavírus. Entre sexta-feira e ontem, sete chilenos morreram, elevando o número de vítimas da covid-19 a 421. O panorama é especialmente preocupante em Santiago, pois 80% dos contagiados em todo o território nacional estão na capital, onde a ocupação de leitos nos serviços de urgência estava em críticos 90%.

Três pacientes graves foram transferidos durante o dia para a cidade de Concepción (450km ao sul de Santiago) para abrir espaço nas unidades de tratamento intensivo da capital, onde se esperam dias críticos nas próximas semanas.

Embora a taxa de letalidade (número de falecidos com relação ao total de casos) no Chile seja baixa, com o aumento explosivo dos contágios — até esta semana, não passavam dos mil por dia, e, na quarta-feira, superaram os 2.600 —, as autoridades esperam que ela suba.

Letalidade baixa

“Estamos mantendo a taxa de letalidade perto de 1%, mas ao ver uma quantidade maior de contagiados, obviamente a quantidade de falecidos aumenta”, disse Arturo Zúñiga, vice-secretário de redes de assistência do Ministério da Saúde.

Nas principais ruas de Santiago não se viam quase pessoas caminhando, ontem. Na Alameda, a principal avenida do centro da cidade, alguns carros particulares e ônibus do transporte público circulavam, todos quase vazios. Havia também pouquíssimos pedestres. Maior efetivo policial e militar — foram mobilizados 14 mil homens — controlava o tráfego e supervisionava as permissões com as quais é possível circular durante a quarentena.



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