O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, acusou o Irã de "fomentar o terror", inclusive durante a crise do coronavírus que afeta seriamente a população - conforme suas primeiras declarações em Jerusalém, aonde chegou nesta quarta-feira (13).
Em sua primeira viagem ao exterior em quase dois meses, o chefe da diplomacia americana colocou uma máscara com as cores da bandeira dos EUA ao desembarcar, para então se dirigir a Jerusalém para a reunião com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
"Até mesmo durante essa pandemia, os iranianos utilizam os recursos do regime dos aiatolás para fomentar o terror em todo mundo, embora o povo iraniano sofra enormemente. Isso diz muito sobre o espírito de quem comanda esse país", disse Pompeo, em uma coletiva de imprensa junto a Netanyahu.
Inimigo declarado de Israel e Estados Unidos, o Irã é o país do Oriente Médio mais afetado pela pandemia, com mais de 110.000 casos, segundo dados oficiais.
O Irã "não parou nem por um minuto seus planos e ações violentas contra os americanos, israelenses e outros na região", afirmou Netanyahu, que garantiu que deseja "lutar e enfrentar" as "agressões do Irã na Síria" e em outras partes do mundo.
Pompeo também celebrou a "força da aliança" entre Estados Unidos e Israel, cuja prova, segundo ele, é sua visita - a primeira viagem do secretário ao exterior desde o início da pandemia de COVID-19.
- "Anexação rápida" -
A visita de Pompeo ocorre quase dois anos depois que o governo de Donald Trump reconheceu Jerusalém como capital de Israel e na véspera da posse de um governo de união entre Netanyahu e seu ex-rival eleitoral, general Benny Gantz, para pôr um fim na pior crise política da história de Israel.
"A decisão (sobre a anexação) será tomada por Israel e quero saber o que pensa o novo governo pensa a respeito", afirmou Pompeo em entrevista ao jornal "Israel Hayom", antes de sua viagem.
Israel deseja anexar o vale do Jordão, uma área estratégica que representa 30% da Cisjordânia, e os grandes blocos de colônias.
Na última década, sob o mandato de Netanyahu, a população das colônias israelenses aumentou em 50%, chegando a mais de 450.000 pessoas na Cisjordânia. Na área, também vivem mais de 2,7 milhões de palestinos.
Os líderes palestinos cortaram quase todas as relações com as autoridades americanas desde que Trump considerou Jerusalém a capital de Israel. Além disso, também rejeitaram o plano americano para resolver o conflito, apresentado há alguns meses, por considerar que obedece apenas aos interesses de Israel.
O plano dos EUA planeja tornar Jerusalém a capital "indivisível" do "Estado judeu" de Israel e prevê a anexação do vale do Jordão e das mais de 130 colônias israelenses na Cisjordânia ocupada. Também contempla a criação de um Estado palestino em um pequeno território.
Em Israel, as pesquisas mostram um grande apoio à anexação por parte da direita, mas não tanto assim no centro e na esquerda, vertentes também representadas no governo de unidade, especialmente por Benny Gantz, quem expressou suas dúvidas sobre uma anexação rápida.
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