Correio Braziliense
postado em 21/05/2020 04:05
Em 15 de maio passado, Brasil e Colômbia acordaram criar um comitê binacional para adotarem medidas orientadas para combater a pandemia. O que foi feito de concreto?
De fato, concordamos em realizar uma reunião para definir as ações pontuais na zona da fronteira. Estamos à espera a posse do novo ministro da Saúde brasileiro para levá-la adiante.
Qual é a situação da pandemia na fronteira e como o governo colombiano gerencia isso?
Três dos seis departamentos (estados) da Amazônia colombiana fazem fronteira com o Brasil. São departamentos de difícil acesso, com infra-estrutura hospitalar precária. Em Guainía, o mais setentrional, não registramos caso de coronavírus; em Vaupés, temos 11; no Amazonas, mais de 1.300. Este último é, de fato, o departamento onde temos a taxa mais elevada de infecção na Colômbia e onde temos concentrado a maior parte das ações desde o nível central. Mobilizamos recursos para fortalecer a vigilância em saúde pública e a prestação de serviços. Também intervimos nos hospitais e enviamos funcionários do setor de saúde, respiradores e equipamentos de proteção individual. Nos outros dois departamentos, estamos prestando apoio para a ampliação da capacidade hospitalar e o fortalecimento da vigilância epidemiológica, especialmente.
O senhor teme que os elevados números de casos e de mortes no Brasil possam afetar a Colômbia?
Claro. De fato, já estamos vivendo isso. A diferença das estratégias adotadas em cada lado teve repercussões. Em termos epidemiológicos, as fronteiras se comportam como se fossem um mesmo território. Nossa cidade limitrofe com o Brasil, Letícia, tem uma incidência de casos de novo coronavírus 80 vezes maior do que a média nacional. Por isso, sem estratégias conjuntas e coordenadas, será impossível mitigar os efeitos da pandemia. (RC)
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