Correio Braziliense
postado em 21/05/2020 04:05
Um funcionário de uma fazenda de visons, pequenos mamíferos cujo pelos são usados para fazer casacos, pode ter contraído a covid-19 ao entrar em contato com os animais. Os cientistas analisam detalhes do caso, ocorrido na região de Brabant, na Holanda, e admitem que o mais plausível é que tenha mesmo ocorrido a transmissão do Sars-CoV-2 do animal para o humano. Se confirmado, será o primeiro registro do tipo no mundo.
Análises da sequência do genoma do coronavírus presente nos visons e no funcionário levam os cientistas a levantarem essa hipótese. “Provavelmente, nesse caso específico, é o contágio do animal para a pessoa porque as sequências genoma-vírus de ambos são quase idênticas (…) Em visons, foram observadas mutações que parecem indicar a adaptação do vírus a esse novo hospedeiro”, explicou ao jornal El País Wim van der Poel, pesquisador chefe da área de Vírus Emergentes e Zoonoses do Centro de Pesquisa Bioveterinária da Universidade Wageningen.
Responsável pela investigação, Wim van der Poel ressaltou que mais estudos precisarão ser conduzidos a fim de comprovar as suspeitas iniciais. “Para ter certeza, teríamos que sequenciar o código genético do vírus usando amostras de todas as pessoas que trabalham ou estão relacionadas à fazenda e também tiveram a doença”, explica.
Curado
A equipe de Wim van der Poel estuda um surto da covid-19 em quatro fazendas da região. De acordo com informações divulgadas por autoridades locais, o funcionário infectado começou a trabalhar quando as infecções já haviam sido confirmadas na região. Ele estava saudável, mas acabou ficando doente. Apresentou sintomas leves e, agora, está curado.
Gatos das fazendas foram analisados e não se detectou nada significativo. Agora, os cientistas planejam estudar outros animais, como porcos. “Não há porcos infectados, mas queremos observar as formas de contágio entre animais e humanos”, disse Carola Schouten, chefe do Ministério da Agricultura da Holanda. O órgão garantiu que o risco de contágio generalizado entre a população é mínimo porque o vírus não foi detectado no ar fora da fazenda em que trabalha o homem infectado.
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