Correio Braziliense
postado em 25/05/2020 04:30
Desobedecendo às restrições sociais impostas pela pandemia, o movimento pró-democracia em Hong Kong foi, ontem, às ruas para protestar contra a lei de segurança nacional proposta por Pequim. Policiais e manifestantes entrarem em tenso confronto, com cenas de violência não registradas há meses na ilha.
Na última sexta-feira, o regime comunista apresentou um projeto de lei ao Parlamento que proíbe “a traição, a secessão, a sedição e a subversão”. A medida reativou o movimento pró-democracia, que estava mais contido em razão da pandemia. No sábado, era possível ver sinais do retorno dos protestos “Estamos de volta! Encontro nas ruas em 24 de maio”, lia-se em uma pichação em uma parede perto da estação de metrô Kowloon Tong. Ontem, milhares foram às ruas em vários bairros, gritando palavras de ordem contra o governo.
Policiais receberam os manifestantes usando gás lacrimogêneo e spray de pimenta, com a ajuda de canhões de água. Os manifestantes usaram guarda-chuvas para se proteger e reagiram erguendo barricadas improvisadas e lançando objetos retirados das ruas. A polícia de Hong Kong anunciou 120 prisões.
Hong Kong goza de ampla autonomia em comparação com o resto do país, em virtude do sistema “Um país, dois sistemas”, no qual se baseou sua devolução pelo Reino Unido em 1997. Seus habitantes têm liberdade de expressão e de imprensa e um judiciário independente, direitos que não existem na China continental. Esse modelo deveria durar até pelo menos 2047, mas muitas pessoas em Hong Kong acreditam que Pequim tenta controlar cada vez mais o território, o que estaria acontecendo com a lei de segurança nacional.
Ontem, o chanceler Wang Yi garantiu que a nova lei “não influenciará o alto nível de autonomia de Hong Kong, nem os direitos, privilégios e liberdades dos habitantes, nem os direitos e interesses legítimos dos investidores estrangeiros”. O projeto será submetido ao Parlamento chinês nesta quinta-feira.
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