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Mianmar apresenta à CIJ primeiro relatório sobre genocídio de rohingyas

Cerca de 600 mil membros dessa minoria ainda estão no estado de Rakhain, enquanto cerca de um milhão vive em campos de refugiados lotados e insalubres no vizinho Bangladesh

Mianmar apresentou um primeiro relatório sobre as medidas adotadas para impedir um eventual genocídio contra a minoria rohingya, cumprindo uma ordem da Corte Internacional de Justiça (CIJ), anunciou o mais alto órgão jurídico da ONU nesta segunda-feira.

Cerca de 600 mil membros dessa minoria ainda estão no estado de Rakhain (sudoeste), enquanto cerca de um milhão vive em campos de refugiados lotados e insalubres no vizinho Bangladesh, fugindo das atrocidades cometidas pelo Exército birmanês e pelas milícias budistas desde 2017, descritas como "genocídio" pelos investigadores da ONU.

A CIJ ordenou em janeiro que Mianmar tomasse "todas as medidas ao seu alcance" para impedir o genocídio, solicitando a apresentação de um relatório em 23 de maio e outros a cada seis meses.

Mianmar apresentou seu primeiro relatório em 22 de maio, informou o CIJ, com sede em Haia, em um tuíte nesta segunda-feira. No entanto, nenhum detalhe de seu conteúdo foi divulgado.

O caso foi levado à CIJ pela Gâmbia, que acusa Mianmar de violar a Convenção das Nações Unidas para a Prevenção e Punição de Crimes de Genocídio.

O relatório birmanês permanecerá confidencial até que os juízes decidam publicá-lo, disse um porta-voz à AFP. 

As autoridades birmanesas "nada fizeram para melhorar as condições de vida dos rohingyas confinados no estado de Rakhain, onde continuam sob um regime opressivo e genocida", denunciou a organização birmanesa Rohingya UK (BROUK) nesta segunda-feira.

"Não se enganem: o genocídio contra os rohingyas continua inabalável em Mianmar", disse Tun Khin, presidente da BROUK, em comunicado, pedindo aos magistrados da CIJ que tornem público o relatório