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Opas teme aumento de casos

Com o alerta de que a disseminação do Sars-CoV-2 está em aceleração em países latino-americanos, especialmente, no Brasil, no Peru e no Chile, organização pede atenção às medidas para conter a pandemia. Entidades contestam registros na Venezuela

Correio Braziliense
postado em 27/05/2020 04:05
No cemitério El Angel, em Lima, pessoas mantêm distância em enterro de parente vítima da covid: mais de 143 mil mortes na América Latina

A diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Carissa Etienne, alertou, ontem, que a transmissão da covid-19 está ascendente no Brasil, no Peru e no Chile e, dessa forma, pediu para que esses países não relaxem as medidas para conter a pandemia na região. Com mais de 2,4 milhões de casos e ultrapassando 143 mil mortes, a América Latina superou a Europa e os Estados Unidos no número diário de contágios, tornando-se “sem dúvida” o epicentro da nova pandemia de coronavírus, assinalou.

“Na América do Sul, estamos particularmente preocupados que o número de novos casos relatados na semana passada no Brasil tenha sido o mais alto em um período de sete dias, desde o início do surto”, disse Carissa Etienne, na sessão informativa semanal da Opas. “Tanto o Peru quanto o Chile também relatam uma alta incidência, um sinal de que a transmissão ainda está acelerando nesses países”, acrescentou.

Etienne pediu aos governantes que não abaixem as armas nos esforços para conter infecções, estimadas em mais altas do que as detectadas. “Para a maioria dos países das Américas, agora não é hora de relaxar as restrições ou reduzir as estratégias preventivas”, advertiu.

A Opas recomenda uma combinação de medidas de distanciamento físico da população, testes de diagnóstico e preparação de serviços de saúde para enfrentar a covid-19, declarada pandemia em 11 de março, depois de ser relatada pela primeira vez, no fim do ano passado, na China.

Carissa Etienne informou que a Opas prevê que o Brasil atingirá o pico de 1.020 mortes diárias da covid-19 até 22 de junho, citando o modelo do Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde da Universidade de Washington (IHME). Há duas semanas, o instituto estimou que o Brasil acumulará 88.305 mortes pela doença até 4 de agosto, em um intervalo estimado entre 30.302 e 193.786.

Nicarágua

Também ontem, a Opas instou a Nicarágua a aplicar imediatamente medidas para impedir a disseminação da doença, pedindo “total transparência” sobre a situação no país. Uma semana depois de denunciar o governo de Daniel Ortega por omitir informações, o diretor de emergências de saúde da organização, Ciro Ugarte, disse que os dados finalmente divulgados mostram que há transmissão comunitária do vírus.

Ugarte reiterou que a Opas tem especialistas internacionais prontos para avaliar a evolução da pandemia no país da América Central. “Essa oferta ainda não foi aceita pelo governo nicaraguense”, observou.

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