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Em análise, três casos de infecção por visons



Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou ontem que o possível caso de contágio de um humano por covid-19 por meio de visons em um criadouro na Holanda, divulgado na semana passada, pode configurar a “primeira transmissão conhecida” do coronavírus de um animal para humano. Segunda a agência das Nações Unidas, que entrou em contato com pesquisadores holandeses, pode haver ao menos três pessoas que foram infectadas da mesma forma no local.

“Esses seriam os primeiros casos conhecidos de transmissão de animais para humanos. Mas continuamos a coletar e examinar outros dados para determinar se animais, incluindo bichos de estimação, podem espalhar a doença”, afirmou a OMS,  em uma mensagem de e-mail enviada à Agência France-Presse (AFP) de notícias.

No fim de abril, as autoridades fecharam duas criações de visons no sul da Holanda depois que descobriram que havia animais infectados. Segundo a ministra da Agricultura holandesa, Carola Schouten, os  cientistas compararam o código genético do vírus encontrado nos visons com o de um paciente e criaram a “árvore genealógica”. Os resultados levaram à conclusão de que “é possível que um dos funcionários tenha sido contaminado pelos visons”, de acordo com Schouten.

Peça-chave


A grande maioria dos pesquisadores concorda que o novo coronavírus provavelmente se originou em morcegos e teria sido transmitido para outro animal, ainda não determinado, antes de infectar humanos. Identificar essa  peça-chave do quebra-cabeça do contágio ajudará autoridades e cientistas a entenderem melhor as origens da atual pandemia, além de aumentar e refinar as práticas de prevenção.

Ainda sem respostas concretas sobre a possível transmissão inédita, o governo holandês adotou medidas preventivas, proibindo, por exemplo, visitas a fazendas em que houve casos de contaminação e obrigando a realização de testes de diagnóstico em todas as criações de visons do país. A atividade, que tem o objetivo a comercialização de peles, é um tema polêmico na Holanda. Em 2016, a instância judicial mais importante do país ordenou o fechamento dessas fazendas até 2024.