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Novos detalhes de lesões fatais

Correio Braziliense
postado em 28/05/2020 04:05
Pacientes que não resistem à covid-19 tiveram coágulos que obstruíram pequenos vasos pulmonares

Patologistas da Universidade Estadual da Louisiana, em Nova Orleans, realizaram a primeira série de autópsias em afro-americanos que morreram de covid-19 na cidade e descobriram novas características das lesões provocadas pela doença nas vítimas. O estudo foi publicado na revista The Lancet Respiratory Medicine.

“Descobrimos que pequenos vasos e capilares nos pulmões estavam obstruídos por coágulos sanguíneos e hemorragia associada, fatores que contribuíram significativamente para a descompensação e a morte nesses pacientes”, relata o autor sênior, Richard Vander Heide, diretor de pesquisa em patologia da Faculdade de Medicina de Nova Orleans. “Também detectamos níveis elevados de dímeros D — fragmentos de proteínas envolvidas na quebra de coágulos sanguíneos. O que não vimos foi miocardite ou inflamação do músculo cardíaco, que os primeiros relatórios sugeriram que contribuiriam significativamente para a morte por covid-19.”

Os pacientes eram homens e mulheres entre 40 e 70 anos. Todos eram negros e muitos tinham histórico de hipertensão, obesidade e diabetes tipo II, além de doença renal crônica. Em todos os casos, os doentes deram entrada no hospital aproximadamente de três dias a uma semana após o desenvolvimento de tosse e febre leves, com descompensação respiratória súbita ou colapso. A radiografia de tórax revelou “opacidades bilaterais em vidro fosco”, características consistentes com a síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA), causada pelo Sars-CoV-2.

Enquanto os patologistas encontraram o mesmo dano generalizado nas estruturas pulmonares envolvidas nas trocas gasosas observadas na primeira epidemia de Sars, em 2002/2003,  a coagulação de pequenos vasos é uma nova descoberta que parece ser específica da covid-19. “As principais implicações de nosso estudo incluem a descoberta de um mecanismo para a patologia grave na população afro-americana, provavelmente extensível a todas as pessoas com comorbidades e, possivelmente, um alvo para tratamento terapêutico imediato”, conclui Vander Heide. “Os resultados também podem ser aplicáveis a um grupo demográfico mais amplo com covid-19 grave. O tratamento desses pacientes deve incluir terapias para atuar nesses mecanismos patológicos”, destaca.


  • Conferência do clima só em 2021

    O governo britânico pediu para adiar até novembro de 2021 a Conferência Internacional sobre o Clima (COP-26), prevista para  este ano em Glasgow. Em abril, devido à pandemia, a Organização das Nações Unidas (ONU) havia decidido adiar a conferência sem definir uma nova data, de acordo com autoridades britânicas e italianas, que organizam o evento conjuntamente. Agora, “em uma carta enviada a todos os centros nacionais para propor novas datas para a COP-26”, Londres sugere que o evento ocorra no início de novembro de 2021, segundo um porta-voz da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática. Com 11 dias de duração, a conferência do clima deve reunir mais de 30 mil pessoas, incluindo 200 chefes de Estado e de Governo. A decisão sobre um novo adiamento deve ser anunciada hoje.

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