Correio Braziliense
postado em 28/05/2020 10:15
Centenas de manifestantes tomaram as ruas de Minneapolis, em Minnesota, nos Estados Unidos, pela segunda noite consecutiva nesta quarta-feira, 27, com policiais usando gás lacrimogêneo e disparando balas de borracha contra a multidão. Imagens na televisão e nas redes sociais revelaram pelo menos uma empresa - uma loja de autopeças - em chamas e pessoas carregando mercadorias de um negócio que havia sido vandalizado.
Os protestos estão ligados à morte de um homem negro que causou uma onda de indignação depois da divulgação de um vÃdeo que mostra um policial branco ajoelhado no pescoço dele. Nas imagens, o homem identificado como George Floyd, de 40 anos, reclama e diz repetidamente: "não consigo respirar", enquanto o policial que o rendeu continua ajoelhado sobre seu pescoço para imobilizá-lo.
Pouco depois, ele parece não se mexer, antes de ser colocado em uma maca e transferido para uma ambulância. A polÃcia local disse em comunicado que Floyd morreu "após um incidente médico durante uma interação policial". A polÃcia estava respondendo a uma chamada dizendo que um homem tentava usar cartões falsos em uma loja de conveniência.
Um porta-voz da polÃcia informou que os protestos de quarta-feira não foram tão pacÃficos e que uma pessoa na área foi morta a tiros, embora não esteja claro se a morte está diretamente relacionada à s manifestações. "Esta noite foi uma noite diferente de protestos", disse o porta-voz John Elder.
Na manhã desta quinta-feira (28) ainda havia locais em chamas e moradores próximos jogando água na frente de suas casas para impedir o avanço do fogo. Alguns manifestantes se reuniram na casa do policial que deteve George Floyd e na casa do promotor local, segundo o jornal The Star Tribune. Também houve protestos em Memphis e Los Angeles.
No vÃdeo de 10 minutos filmado por uma testemunha, um policial mantém Floyd no chão, que, a certa altura, diz: "não me mate". Testemunhas pedem ao policial que retire o joelho do pescoço do homem, observando que ele não estava se mexendo. Alguns dizem que "seu nariz está sangrando", enquanto outro pede: "saia do pescoço dele".
A polÃcia disse que nenhuma arma foi usada durante o episódio e que as imagens das câmeras foram enviadas para o Departamento de Execução Penal de Minnesota, que também iniciou uma investigação.
Em declarações à imprensa norte-americana na terça-feira, a chefe da polÃcia de Minneapolis, Medaria Arradondo, disse que a polÃtica de uso da força "para colocar alguém sob controle" será revisada.
O prefeito de Minneapolis, Jacob Frey, disse no Twitter na segunda-feira que "quatro policiais do MPD envolvidos na morte de George Floyd foram demitidos". Em entrevista coletiva na terça-feira, o prefeito descreveu o incidente como "completa e absolutamente desastroso". "Acredito no que vi e o que vi está errado em todos os nÃveis", disse Frey. "Ser negro nos EUA não deveria ser uma sentença de morte", completou. (Com agências internacionais).
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.