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Sete mortos no primeiro ataque atribuído aos talibãs desde o fim da trégua

Um grupo armado "abriu fogo" contra os militares em um ponto de controle na província de Parwan, ao norte da capital Cabul

Correio Braziliense
postado em 28/05/2020 11:08
Um soldado do Exército Nacional Afegão (ANA) permanece em cabaças quando os prisioneiros do Taliban são libertados da prisão de Bagram, em um posto de controle no distrito de Bagram, na província de Parwan, no Afeganistão, em 26 de maio de 2020.Sete membros das forças de segurança do Afeganistão morreram nesta quinta-feira em um ataque atribuído pelas autoridades aos talibãs, no que seria o primeiro atentado desde o fim da trégua de três dias decretada pelos insurgentes.

O ataque aconteceu quando um grupo armado "abriu fogo" contra os militares em um ponto de controle na província de Parwan, ao norte da capital Cabul, informou Hussain Shah, chefe de polícia da região. 

"Os talibãs também sofreram baixas", afirmou Wahida Shahkar, porta-voz do governo regional.

Os talibãs não confirmaram sua responsabilidade no ataque, que aconteceu 48 horas depois do fim do cessar-fogo de três dias anunciado pelos insurgentes por ocasião do fim do Ramadã e que foi respeitado de domingo a terça-feira.

De acordo com a Comissão Afegã Independente de Direitos Humanos, o número de vítimas civis caiu 80% durante a trégua e passou de 30 a seis mortos e feridos por dia em média.

Mas a violência retornou com o fim da trégua. O exército afegão bombardeou e executou um ataque terrestre na província de Zabul, sul do país, contra "inimigos" que atacaram um comboio logístico, segundo o porta-voz da polícia local, Lal Mohammad Amiri. Dezoito insurgentes faleceram e três ficaram crianças ficaram feridas.

Os prisioneiros do Taliban ficam na fila durante sua libertação da prisão de Bagram, ao lado da base militar dos EUA em Bagram, a cerca de 50 km ao norte de Cabul.Entre segunda-feira e terça-feira, as autoridades afegãs libertaram quase 1.000 presos talibãs com a esperança de que o cessar-fogo fosse prorrogado. Mas os insurgentes não se manifestaram a respeito.

O porta-voz dos talibãs, Suhail Shaheen, declarou que o grupo libertaria "em breve um número significativo de prisioneiros".

As trocas de prisioneiros, de até 5.000 talibãs contra 1.000 membros das forças de segurança afegãs, estavam previstas no acordo assinado entre Estados Unidos e os talibãs no fim de fevereiro em Doha, mas que não foi ratificado pelo governo de Cabul. 

O pacto previa ainda a retirada das tropas estrangeiras do Afeganistão em um prazo de 14 meses em troca de um compromisso dos insurgentes na área de segurança.

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