Correio Braziliense
postado em 01/06/2020 04:30
Pela primeira vez em três meses, o papa Francisco falou, ontem, da janela do Palácio Apostólico aos fiéis autorizados a entrar na Praça de São Pedro, que foram obrigados a respeitar o distanciamento social. “Hoje (ontem), que a praça está aberta, podemos voltar, é um prazer”, disse o pontífice, que saudou os fiéis espalhados pelo imenso local.
De acordo com o Vaticano, 1,5 mil pessoas entraram na praça, ontem, muito abaixo do fluxo normal, quando a área fica lotada com turistas e peregrinos de todo o mundo.
Na oração dominical, Francisco expressou preocupação com os povos indígenas da Amazônia “particularmente vulneráveis” à covid-19. “Hoje (ontem), festa de Pentecostes, evocamos o Espírito Santo para que dê luz e força à igreja e à sociedade na Amazônia, posta à dura prova pela pandemia”, declarou. “Há tantas pessoas contagiadas e falecidas também entre os povos indígenas”, lamentou, antes de pedir para que ninguém no mundo fique sem atendimento de saúde. Em outubro, o pontífice reuniu no Vaticano um sínodo inédito dedicado aos problemas da Amazônia, com 200 participantes, incluindo religiosos da região e representantes dos povos indígenas.
Durante o confinamento, o pontífice apareceu, no fim de março, numa praça de São Pedro deserta para presidir uma oração contra a “tempestade” da pandemia, uma imagem impactante e que foi comentada no planeta. Ontem, sob Sol radiante, Francisco parecia desfrutar o encontro com os fiéis, em uma data importante, o dia de Pentecostes. Desde março, o papa dirigia-se aos fiéis graças a transmissões pela internet.
Ontem, Francisco pediu aos fiéis que rezassem em silêncio com ele pelos “médicos, voluntários, enfermeiros, todos os trabalhadores da área da saúde que tanto fizeram neste período e merecem gratidão e admiração”. “Curar as pessoas é mais importante do que a economia”, disse, entre aplausos.
- Esplanada das Mesquitas reabre
A Esplanada das Mesquitas de Jerusalém, o terceiro local sagrado mais importante do Islã e o primeiro fora da Arábia Saudita, reabriu as portas, ontem, depois de passar dois meses fechada pela pandemia do novo coronavírus. Nenhum incidente grave foi registrado, mas oito residentes árabes acabaram detidos por “perturbar a visita” organizada de quase 100 judeus, informou a polícia israelense. Apesar da reabertura, as autoridades permanecem vigilantes para tentar impedir a propagação do vírus. Funcionários entregavam máscaras aos fiéis e mediam a temperatura de quem entrava no complexo. Nos tapetes para oração, fitas brancas marcavam o espaço da distância necessária. Soldados israelenses estavam a postos: a reabertura do local sagrado acontece um dia depois de a polícia matar um palestino deficiente de 32 anos, Iyad Hallak, na cidade antiga de Jerusalém. A vítima, que a polícia acreditava que estava armada, foi perseguida e atingida por um tiro. A morte provocou uma grande comoção.
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